O Vitória passa por um momento de caos. Dentro de campo, o início de temporada é terrível, com eliminações nas primeiras fases da Copa do Brasil e Campeonato Baiano, além de ameaça de queda precoce na Copa do Nordeste. Nos bastidores, a situação também é dramática, e o Leão pode ver mais uma dança das cadeiras em seu comando.
Presidente do clube, Fábio Mota quer renunciar ao cargo, após receber ameaças contra ele e sua família. O anúncio oficial ainda não foi feito, mas já provocou uma consequência: haverá uma reunião extraordinária para “discutir sobre a atual situação do clube” na segunda-feira (6).
A convocação foi feita pelo presidente do Conselho Deliberativo, Nilton Almeida Filho, diante da possibilidade de Mota entregar a presidência.
“Já conversei com o presidente Fábio Mota, tentei demovê-lo da ideia, ele está se mantendo irredutível. Mas estamos vendo se ele pelo menos segura esse anúncio até a reunião do conselho. Para que possamos, de cabeça fria, ver o que é melhor para o Vitória”, disse Nilton ao CORREIO.
Segundo o presidente do Conselho, a reunião já seria convocada nos próximos dias, mas se tornou ainda mais urgente diante da possível renúncia. Assim, foi antecipada.
“Tem tudo a ver. Estávamos com a reunião já programada para a segunda semana do mês, havíamos convidado o presidente Fábio Mota para falar sobre o planejamento do futebol depois dessa campanha muito ruim no começo do ano. Mas os fatos se precipitaram com essa questão das ameaças à família do presidente, e a possível renúncia dele”, afirmou.
“A gente pode cair em uma crise institucional muito grande. O Conselho Deliberativo resolveu se antecipar e fazer uma convocação extraordinária para discutir essa questão na segunda-feira”, completou.
Nilton Almeida Filho lamentou as ameaças à família de Mota, mas reiterou a preocupação com o Vitória. Caso o dirigente anuncie a renúncia, o rubro-negro irá para o oitavo presidente em 10 anos. Desde o fim de 2013, após a saída de Alexi Portela Júnior, ninguém se estabilizou no cargo.
De lá para cá, passaram pelo comando do clube: Carlos Falcão, Raimundo Viana, Ivã de Almeida, Ricardo David, Paulo Carneiro e Fábio Mota, além dos interinos Agenor Gordilho e Luiz Henrique Vianna.
“Uma opinião pessoal, mas o Vitória já não aguenta tanta pressão, tanta instabilidade institucional. Iriamos para o oitavo presidente se concretizar, em menos de 10 anos. Isso é terrível para qualquer instituição. (…) Entendemos a parte do presidente, questão que envolve família é muito complicado. Mas também temos o amor pelo Vitória, essa preocupação, responsabilidade com o clube. Estamos tentando resolver da melhor forma possível”, disse Nilton.
O CORREIO tentou contato com Fábio Mota e não obteve resposta até a publicação desta matéria.