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Canto da sereia: Marisa Monte faz show mais concorrido do Festival Música em Trancoso

Na estrada há um ano com a elogiada turnê Portas, Marisa Monte encerrou a programação do Festival Música em Trancoso – MET, na noite de sábado (18), após cinco dias de programação. Foi o show mais concorrido do evento, levando mais de 3 mil pessoas ao Parque Terravista, onde está o Teatro L’Occitane, criado para abrigá-lo. Mas o show de Marisa, assim como o de Alcione – que se apresentou na quinta –  aconteceu na área externa do teatro, marcando a principal mudança na nona edição do festival, que retornou após quatro anos ao paraíso turístico no Sul do estado.

Marisa, que se apresenta no próximo sábado e domingo na Concha Acústica do TCA, mostrou em Trancoso o show completo, que marcou o lançamento do álbum Portas, seu retorno aos palcos pós-pandemia e a aguardada turnê solo depois de dez anos. Além das novas canções, o repertório afetivo passa por todas as fases, álbuns e principais parcerias, de Bem Que Se Quis à Calma, incluindo Beija Eu, Infinito Particular, Dança da Solidão, Já Sei Namorar e vários outros hits.

O show tem entre os destaques o belo cenário, com vídeos e efeitos visuais, e uma banda de craques formada por músicos como Dadi (baixo, teclado e guitarra), Davi Moraes (guitarras), Pupillo (bateria), Pretinho da Serrinha (percussão, cavaquinho e voz) e Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e voz). “Depois de um ano na estrada tá todo mundo tocando com segurança e conforto. É muito bom poder voltar para a Bahia e para outras cidades com o show, muito gratificante”,  afirmou Chico Brown, algumas horas antes da apresentação, enquanto passeava no Quadrado e curtia o último concerto da OSBA, na praça. Esta foi sua primeira vez de Chico em Trancoso e também da própria Marisa.       

osba

Comandada pelo maestro Carlos Prazeres, a Osba se apresentou na Praça do Bosque (Foto: Divulgação)

Nessa retomada e abertura para a música popular, explicou a produtora executiva Patrícia Martins, a curadoria pensou em artistas que atendessem aos anseios da população e do trade turístico. “Nós temos um aparelho cultural maravilhoso, que ficou pouco utilizado, principalmente por conta da pandemia. Então pensamos em artistas com repertório mais leve, em shows abertos no gramado”, completou, referindo-se ao impressionante Teatro L’Occitane – que tem dois palcos e duas plateias sobrepostas, do mesmo tamanho e formato. A estrutura permite apresentações ao ar livre e em ambiente fechado, para cerca de mil pessoas. 

Projetado pelo arquiteto luxemburguês François Valentiny e financiado por Reinold Geiger,  CEO do grupo L’Occitane, idealizador do festival e apaixonado por Trancoso, o teatro por si só é um ponto turístico e cultural. Mas a ideia, explica a diretora do teatro, Letícia Maciel, é que ele tenha uma programação  durante todo o ano, recebendo eventos privados e outros festivais de música. “A questão da sustentabilidade perpassa vários pontos, incluindo, por exemplo, trazer a Osba, com um impacto econômico e cultural muito grande. Antes, quase todos os concertos do festival eram com artistas de fora”, pontua.  

teatro l'occitane

Localizado entre as falésias e a mata atlântica, o Teatro L’Occitane fica em uma área de seis mil metros quadrados   (Foto: Divulgação)

Localizado em uma área de difícil acesso, onde só se chega de carro e por uma estrada de chão, e com preços ainda pouco acessíveis, o Teatro L’Occitane e o próprio festival têm esse desafio pela frente. Nesta edição, que contou com patrocínios do Santander, Governo do Estado da Bahia, Prefeitura de Porto Seguro e Chenue, os ingressos custaram de R$ 100 (para moradores) a R$ 400. Mas também foram distribuídos mais de mil cortesias e promovidas duas apresentações gratuitas da OSBA na Igreja do Quadrado e na Praça do Bosque, que reuniram turistas, moradores e passantes em encontros animados.

“A OSBA tem acolhido todas as esferas da sociedade, pois Trancoso reúne uma elite, que não é só baiana, mas de vários estados e países, mas ao mesmo tempo nós temos entrado em contato com uma população muito bacana e que está feliz de entrar em contato com nosso orquestra, como no projeto Osbacuri, que mostra para as crianças, in loco,  o que é uma orquestra. Os depoimentos são os mais lindos e conseguimos uma interação muito bacana. Estamos felizes e com a sensação deliciosa de dever cumprido nesse lugar, que é o berço do Brasil, e que é outra Bahia,  mas é a Bahia” resumiu o maestro Ricardo Castro.    

Com a boa recepção, o MET já anunciou a data de 2024: de 6 a 9 de março, para reafirmar o objetivo de ser uma boa opção turística-cultural para o pós-Carnaval e o fim do Verão baiano. Vale se programar. 

*A jornalista viajou a convite da produção do evento
 

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