“Joga pro Corolla poxa agora. Soquinho na costela com ele tu gosta…”, é assim que o funkeiro, batizado como MC Copinho, de 34 anos, previu o sucesso já nos primeiros versos de Joga Pro Corolla. A canção, com batida ideal para coreografias, viralizou no TikTok com o apoio de famosos, como Jojo Todynho; Mel Maia; João Guilherme; GKay; Xurrasco; o ex-BBB Paulo André; e os jogadores do Flamengo Matheus França e Everton Ribeiro. A música também está entre os hits virais do Spotify, com quase dois milhões de plays, e do YouTube, onde já soma quase um milhão e meio de acessos somente em sua versão explícita.
“Fiquei muito feliz e surpreso! Sou de uma época muito difícil no que se refere à divulgação musical. E, hoje, ver uma música que saiu da nossa mente, ali de nossas favelas, ganhar o mundo e conquistar artistas de grande nome, que estão não só curtindo, mas também abraçando a música, poxa, isso é maravilhoso! Principalmente porque para nós, que somos mais da antiga, é muito diferente”, conta o artista que estreou na cena do funk carioca em 2009 e coleciona sucessos como Vem Pro Meu Mundo, Solta essa P*rra, Tá Empinadinha, Carro Bicho e Calica.
A canção, que foi lançada originalmente em janeiro, explodiu somente agora, trazendo uma letra inspirada no modelo automotivo que, de acordo com Copinho, é o sonho de consumo de todo “favelado”. “É um carro muito cobiçado por nós, que somos jovens. Um carro veloz, confortável, com uma mecânica boa, além de estiloso”, comenta o funkeiro, assumindo que, com o sucesso estrondoso da música, sonha agora também com uma colaboração com a marca do automóvel em questão. “Estou aqui para o desenrolo. Que Deus e o público me ajudem! (risos)”, diverte-se ele.
Esse, aliás, não é o único sonho do artista, que não esconde o desejo de ver também artistas Tirullipa, Wesley Safadão, Anitta, Ludmilla e Neymar embarcando na onda da dancinha de sua música. “Seria muito incrível.”, afirma ele.
E não para por aí, já que o MC, que passou boa parte de sua infância e juventude na comunidade da Rocinha, mas vive há alguns anos no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, tem ainda planos de implementar um projeto social que contempla aulas gratuitas de tênis para crianças da comunidade. O esporte é uma paixão que divide o coração do artista, em pé de igualdade com o funk.
“Às vezes, minha mãe me levava para o trabalho dela de empregada doméstica e eu ficava no quarto de empregada o dia todo, enquanto ela fazia suas tarefas. A patroa dela ficou agoniada com aquela situação e me levou para o clube, onde tive o meu primeiro contato com o tênis e eu comecei a minha carreira nele”, lembra, emocionado, antes de completar:
“Hoje tenho me dedicado muito a terminar minha faculdade de educação física, para tocar o meu projeto, proporcionando às crianças de comunidade o lazer de jogar esse esporte elitizado. Com certeza, assim como eu, eles vão se apaixonar também. Tudo isso caminhando sempre com a minha música, é claro!”, conclui o artista.