A cantora baiana Rachel Reis ganhou um prêmio de single de ouro após mais de 10 milhões de reproduções da sua música ‘Maresia’. Contudo, a felicidade durou pouco e seu prêmio foi quebrado após despachá-lo junto à bagagem, em um voo da Gol Linhas Aéreas – mesma companhia que expulsou uma professora negra de um voo, depois que ela se recusou a despachar a mochila com um notebook.
Rachel voltava para Salvador no sábado (29), quando, já no aeroporto, descobriu que seu quadro teve o vidro destruído durante o transporte mesmo estando completamente embalado em plástico bolha e sinalizado como objeto frágil.
“Obrigada, @voegoloficial, por cobrar uma fortuna em passagem e tratar a bagagem do povo igual a saco de batata. Vocês arrasam demais. VOA”, ironizou a cantora.
Em nota, a Gol lamentou o ocorrido, mas reforçou que “alguns danos podem ocorrer durante a viagem, sem que tenha havido falha no transporte ou manuseio indevido por parte da Companha, principalmente em bagagens frágeis”.
A empresa ainda acrescentou que está disposta a realizar o reparo do objeto e que já está em contato com a cantora para oferecer o suporte necessário.
Denúncia de racismo
Uma mulher negra foi expulsa de um voo da Gol na noite de sexta-feira (28) após ser apontada como responsável pelo atraso de um voo, que saiu de Salvador com destino a São Paulo. Passageiros que estavam no voo 1575 registraram o momento em que a passageira Samantha conta toda a situação. Eles acusam a tripulação da companhia aérea de racismo. As imagens viralizaram nas redes sociais.
Leia mais: ‘Eu estava assustada’, revela mulher que foi expulsa de avião da Gol
A confusão teria começado após Samantha ter dificuldade de guardar sua mochila – que tinha um notebook dentro – e se recusar a despachar a bagagem, por receio de ter o equipamento quebrado. “Conseguimos um lugar para a mochila de Samantha e nem mesmo assim o voo decolaria. Mais uma hora de atraso, nenhuma satisfação da cia área, gente passando mal no Aviao e eis que 3 homens da Polícia Federal entram de forma extremamente truculenta no Aviao para levar a “ameaça” do voo embora – a Samantha”, postou a jornalista Elaine Hazin, que compartilhou um vídeo do momento.
Nas imagens, um dos agentes alega que o comandante chamou a Polícia Federal. Outro agente explica que a expulsão de Samantha seria “para a segurança do voo”.
Os passageiros tentaram ser solidários a Samatha, mas foram impedidos de acompanhá-la. “Ela foi levada pela Polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram”.
A história viralizou na internet e foi compartilhada pelos apresentadores da TV Globo Rita Batista e Manoel Soares. “Voo 1575 de Salvador para São Paulo. Samantha ainda está, até esta postagem, detida no aeroporto e não sabe o porque. @VoeGOLoficial qual explicação para uma atitude dessas? Esperamos que não seja o que parece”, cobrou Manoel Soares.
Em nota (leia na íntegra abaixo), a Gol informou que a passageira se recusou a colocar a bagagem nos locais corretos e que, por medida de segurança, ela foi retirada do voo. A companhia aérea não respondeu sobre a acusação de racismo apontada por outros passageiros da aeronave.
Já a Polícia Federal informou que “foi acionada pela Gol, no aeroporto de Salvador, para efetuar o desembarque de passageira que não teria acatado as ordens do comandante do voo nº1575, referentes à segurança de acomodação de bagagens”. Acrescentou ainda que “de acordo com a Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, o comandante exerce autoridade desde o momento em que se apresenta para o voo até o momento em que entrega a aeronave, tendo autonomia para solicitar apoio da Polícia Federal”.
A PF informou também que “a passageira foi ouvida pela Polícia Federal e liberada em seguida. As circunstâncias do fato estão sendo apuradas”.
Leia a nota da Gol na íntegra:
“A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador – Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.
Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso.”