A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) realizou um evento voltado à conscientização de jovens sobre o abuso e a violação sexual infantojuvenil, que tem mês de maio voltado ao seu combate e prevenção. A aula aconteceu na segunda (23), e formou 250 jovens do Programa Jovem Aprendiz do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee).
O local escolhido para sediar o encontro foi o auditório do Centro Universitário Estácio da Bahia, no Stiep. Estiveram presentes a titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo; a coordenadora de Infância e Juventude, Dinsjani Pereira, a gerente de aprendizagem e conteúdos do Ciee, Elaine Bancala, entre outros representantes, mediadores e instrutores.
Durante a sua fala, Fernanda Lordêlo destacou que o país registrou quase 46 mil casos de estupro de vulnerável no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022. Desse total, 61,3% das ocorrências foram cometidas contra meninas menores de 13 anos. A maioria deles, praticado por pessoas conhecidas.
“É importante que os jovens estejam atentos a essa demanda, porque muitos deles podem visualizar ou saber de abusos, e não saber como proceder. Toda a sociedade precisa estar mobilizada. Nós vimos, recentemente, exemplos de abuso sexual pela internet, com a utilização das redes sociais. Então, o esclarecimento a respeito desses elementos faz com que eles consigam se proteger e proteger amigos e familiares”, afirmou a titular da SPMJ.
Para a gerente de aprendizagem e conteúdos, Elaine Bancala, a formação é uma maneira eficaz de combater o abuso e a violação sexual. “Por mais que seja um assunto que nos causa desconforto e muitas vezes até seja doloroso, precisamos falar sobre ele. Essa é a única maneira que a gente tem de prevenir e de alertar a todos sobre o quanto isso é importante e o quanto o perigo pode estar dentro da nossa família, da nossa casa e do seio familiar”, opinou.
Parceria
O Ciee atua em parceria com a Prefeitura, por meio das secretarias municipais da Saúde (SMS) e de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre). O centro de educação trabalha encaminhando os jovens que necessitam de acompanhamento social psicológico para os órgão municipais.
“Os jovens que passam pelo Jovem Aprendiz passam por uma transformação, que envolve não apenas eles, mas todo o contexto familiar, pois eles entram numa situação de vulnerabilidade e saem com um novo olhar para todo o contexto de vida”, afirmou a assistente social do Ciee, Elisângela Raimundo.
Para o jovem aprendiz Ricardo Henrique Silva, de 22 anos, o evento foi uma ferramenta importante de conscientização. “Há muitos casos em que a pessoa só descobriu que foi vítima de abuso depois de ter passado por eventos como esse, então acho que é muito importante para o nosso conhecimento e prevenção”, contou.
Jovem aprendiz há oito meses, Vivian Sousa, 22 anos, define a formação como um evento que expande o conhecimento e amplia a visão sobre o assunto. Na maioria das vezes a gente não tem orientações tão direcionadas sobre o Maio Laranja. Além de um informativo, funciona como um alerta, pois nunca sabemos onde o abusador pode estar”, destacou.