Segundo informações da Comissão Europeia, a rede social Twitter se retirou de um acordo voluntário para combater a desinformação on-line. “Twitter abandona o Código de Prática voluntário da União Europeia contra desinformação. Mas as obrigações permanecem”, escreveu, na plataforma, o comissário da UE para o Mercado Interno, Thierry Breton.
“Você pode correr, mas não pode se esconder. Para além dos comprometimentos voluntários, combater a desinformação será obrigação legal sob o DSA a partir de 25 de agosto. Nossas equipes estarão prontas para aplicá-lo”, acrescentou, referindo-se à futura Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês).
Ainda falta a rede social confirmar sua retirada, mas a decisão parece ser a mais recente jogada na estratégia de afrouxar as rédeas que seu proprietário, Elon Musk, vem aplicando desde que a adquiriu, em 2022.
Liberdade de expressão acima de tudo? Tendo como meta declarada transformar o Twitter numa praça pública digital, onde liberdade de expressão é prioridade, Musk reverteu normas previamente adotadas contra a desinformação — por exemplo, restabelecendo a conta do ex-presidente norte-americano Donald Trump — e tornou caótico o sistema de verificação.
Desde a aquisição, o bilionário sul-africano também cortou milhares de postos de trabalho a fim de economizar, eliminando departamentos inteiros, inclusive os responsáveis pela mediação de conteúdos.
Atualmente, a política declarada da plataforma é “desinflar” e desmonetizar tuítes extremamente negativos ou carregados de ódio, tornando-os visíveis apenas para quem os procure especificamente. Postagens contendo notícias falsas são mediadas para incluir correções, geralmente sugeridas pela comunidade do Twitter.
O Código de Prática on-line voluntário da UE em vigor inclui a obrigação de rastrear propaganda política, suspender a monetização de desinformação e cooperar com esquemas de checagem de fatos.