Autores de novelas bíblicas estão acusando a Record TV de praticar preconceito religioso. A informação é do site Notícias da TV. Contrariando os donos da emissora, Edir Macedo, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, e de Cristiane Cardoso, diretora de dramaturgia, Emílio Boechat, Camillo Pelegrini, Joaquim Assis, Cristianne Fridman e Paula Richard foram rejeitados por recusarem seguir o Evangelho, religião da alta cúpula do canal.
Paula Richard, que escreveu Jesus e O Rico e o Lázaro, abriu um processo na Justiça contra a rede e pede uma indenização de R$ 5,6 milhões, além de outros pedidos trabalhistas. De acordo com a publicação, para defender a tese de que foi demitida por preconceito religioso, ela anexou falas de colegas que passaram pela mesma situação.
A moça ainda destacou na ação que sempre respeitou as mais diversas crenças e que tentou escrever os dramas religiosos sem dar foco direto para uma igreja específica, mas que era impedida.
Em 2021, seu colega Emílio Boechat criticou publicamente a emissora evangélica em suas redes sociais, afirmando que a Record só estava preocupada em divulgar os dogmas de uma igreja específica.
“O que esperar de uma emissora que entregou a dramaturgia nas mãos de amadores? Tenho pena dos atores e demais profissionais que se submetem a essa humilhação porque precisam do dinheiro”, escreveu na época, se manifestando contra a Igreja Universal e Cristiane, que é filha de Macedo, que tomaram a frente das produções das novelas, alterando as sinopses e diálogos que não agradavam.
“A relação de trabalho da autora com membros da igreja, seja na produção ou com as colaboradoras que foram inseridas na sua equipe, sempre foi amena; entretanto, ao que tudo indica, a já mencionada senhora Cristiane Cardoso estava determinada a ter apenas membros da Igreja Universal escrevendo na Record TV, o que constitui, a toda evidência, inaceitável discriminação de cariz religioso”, alegou a advogada Luciene Adam Oliveira.
Nesta quarta-feira (31/5), a Record TV emitiu uma nota oficial, onde declara que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. “O Grupo Record tomará todas as providências judiciais necessárias com relação a acusação sofrida”, concluiu o texto do comunicado.
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