InícioEntretenimentoCelebridadeMoradores do Santo Antônio celebram 14 anos da lavagem do bairro

Moradores do Santo Antônio celebram 14 anos da lavagem do bairro

Moradores do Santo Antônio Além do Carmo, além de curiosos e turistas seguiam em direção à igreja do Santo Antônio para acompanhar a lavagem da escadaria do templo religioso na manhã deste domingo (4). Com músicas de religiões de matrizes africanas, misturadas com canções do catolicismo, o público apreciou mais 8ª edição do evento. 

O cortejo saiu do Quartel do Barbalho, passou pela Rua Siqueira Campos, Rua dos Adobes, Rua dos Marchantes, Cruz do Pascoal e Rua Direita do Santo Antônio, chegando na igreja em frente à praça, onde ocorreram os shows para a comunidade e visitantes.

O coordenador do bloco cultural Luzes da Ribalta, José Lenilson, que estava à frente da organização, explicou que a lavagem aproveita o primeiro domingo de junho para fazer o evento, e segue até o dia 13, mantendo a tradição da trezena de Santo Antônio.

“A igreja sempre tem um representante no evento que fica lá no início do cortejo e atrás tem pessoas do candomblé, fazendo essa mistura de religiões que só Salvador tem e respeita. As baianas chegam na igreja e lavam as escadarias, tem todo o movimento também das bandas, que hoje tem Os Filhos de Gandhy”, explica. 

Para os moradores, o evento é importante para mostrar que a comunidade se mantém viva com as tradições locais. Para quem nunca soube do cortejo, como Carolina Santos, dona de uma agência de turismo, a lavagem é essencial para o respeito da miscigenação de religiões.

“É bom que tenha esses eventos, misturando as religiões, porque estamos vivenciando momentos de muito preconceito, muita intolerância religiosa, então é necessário que a população ajude a quebrar esses preconceitos. Também é importante que os próprios soteropolitanos passem a fazer mais turismo na cidade, conhecendo mais do povo e as manifestações culturais”, diz. 

O início de tudo
O padre Ronaldo Magalhães, da Paróquia Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico de Salvador, explicou que o começo do evento foi a pedido dos próprios moradores. A igreja abraçou a celebração e permanece fazendo a organização todos os anos. Neste ano, apenas dois grupos estiveram no cortejo, as baianas e poucas pessoas da banda dos Filhos de Gandhy, já que, segundo o religioso, “as despesas são altíssimas”. 

“A igreja apoia no que pode. A organização começa a partir de abril, começam a reunir, se vão colocar poucos ou mais grupo. A comunidade acaba ajudando comprando as camisas, indo para os eventos que fazemos no próprio bairro também”, explica o padre, que reforçou também a ajuda de terreiros que ficam ao redor da comunidade. 

Humberto Guimarães, professor de biologia pai de santo, se juntou com o padre Ronaldo Magalhães para iniciar os primeiros festejos, conseguindo unir o catolicismo e o candomblé, unindo as religiões, deixando de lado qualquer tipo de preconceito. 

“Aqui no bairro não tinha nada, eu abri com um bloco e a lavagem tem oito anos. Começou como uma brincadeira mesmo, e agora fazemos rifa, forró, tudo para angariar fundos para fazer o que fazemos aqui. Este ano veio pouca gente, mas já teve anos que o bairro ficava completamente tomado de pessoas”. 

Aos 80 anos, Humberto pretende se aposentar da organização do festejo, principalmente porque, segundo ele, acaba ficando com toda responsabilidade para si, o deixando ainda mais cansado. “Não estou aguentando tanto, eu gosto muito fazer tudo isso, mas devo deixar para os próximos organizadores”.

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