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Rafa de ‘Mulheres Apaixonadas’ ficou 9 anos em seita: ‘Tinha medo de sair’

A atriz Paula Picarelli, que interpreteu Rafaela na novela “Mulheres Apaixonadas” da Globo, passou 9 anos afastada das teledramaturgias. Intérprete do par romântico com Clara (Alinne Moraes), um dos primeiros romances lésbicos bem aceitos por brasileiros, ela revelou, recentemente, ter entrado para uma seita.

Em 2018, a atriz contou, no livro “Seita”, que passou anos em um culto que, entre outras coisas, envolvia o consumo de ayahuasca, bebida alucinógena usada em rituais religiosos.

Ela negou, no entanto, em entrevista ao Uol em 2018, que tudo que está no livro é realidade, e reforçou que misturou ficção e realidade.

Paula negou, ainda, ter entrado na seita por conta da fama repentina. “Eu tinha um certo complexo de inferioridade e hoje vejo isso com mais clareza. Me sentia burra e achava que as pessoas da seita eram interessantes, inteligentes e sabiam melhor o que fazer com a minha vida. Eu achava que tinha poderes paranormais. As pessoas me diziam isso e eu acreditava, me sentia especial. Quem não quer se sentir diferente dos outros?”, disse, na época.

Ela só decidiu sair quando percebeu que só continuava por medo. “Quando se começa a questionar alguma coisa ali, o último recurso deles são ameaças. O último fio que me ligou ao grupo foi o medo. Tinha medo de que alguém louco de ayahuasca pudesse me fazer mal, até no plano espiritual. Aí entendi que não podia ficar apenas por medo. Resolvi sair”.

A atriz continuou trabalhando na TV. Paula apresentou o programa Entrelinhas, da TV Cultura, de 2005 a 2013. Também atuou nas séries “Psi” e Escola de Gênios (2018-2020) e segue no teatro.

Hoje, Paula, aos 44 anos, tem uma filha de 11 anos, com a qual assiste a novela que a alçou ao sucesso.

“Sofia adora a história da novela e quer assistir comigo. Aqui, pelo menos dentro da bolha progressista da qual faço parte, o avanço está sendo gigante. Nossos filhos são criados com abertura de diálogo. Nós não precisamos nos esconder e disfarçar nossos amigos e amigas gays, e as crianças não têm estranhamento com relação a isso, comprovo isso diariamente. É uma realidade muito diferente das nossas criações”, disse ao Gshow.
 

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