A família do brasiliense Alan Lopes, 21 anos, assassinato em Amsterdã, na Holanda, ficou frente a frente com o suspeito de cometer o crime nesta quinta-feira (22/6). A mãe e a irmã da vítima participaram da primeira audiência feita na capital holandesa para elucidar o caso, que ouviu o suspeito Begoleã Mendes Fernandes, 26 anos.
Begoleã foi preso no aeroporto de Lisboa em fevereiro com carne na mala. Ele tentava embarcar para Belo Horizonte (MG). O suspeito afirma que matou o amigo Alan para se defender. Além disso, alega que a vítima seria canibal, teria servido “bife humano” para ele e ainda mostrado vídeos de execuções no celular.
O Ministério Público dos Países Baixos acusa Begoleã de matar Alan com mais de 100 facadas. A prisão do suspeito, após a audiência, foi prorrogada por mais 90 dias.
Begoleã pretendia embarcar de Portugal para Belo Horizonte, em fuga após o crime, mas levantou suspeitas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ao apresentar um cartão de identidade italiano e portar documentos em nome de terceiros.
“Louco e assassino” “A única coisa em que a gente acredita é que esse menino [Begoleã] é louco e assassino. Alan era um menino trabalhador, de família e do bem. Uma pessoa muito boa mesmo. Não tem sentido nenhum afirmar que ele queria matar alguém”, disse Kamila dos Anjos Lopes, 25 anos, irmã de Alan, em entrevista ao Metrópoles em março deste ano.
Kamila contou que Begoleã e Alan eram amigos havia três anos e se conheceram enquanto trabalhavam no serviço de entregas por aplicativo, em Amsterdã. “O Begoleã frequentava minha casa, mas nunca pareceu ser uma pessoa ruim”, recorda-se a jovem.
Alan nasceu no Distrito Federal e se mudou para Amsterdã, com a mãe, em 2016, aos 14 anos. A família viajou em busca de emprego e uma vida melhor. O jovem trabalhou como entregador de aplicativo e, antes de morrer, atuava como açougueiro.