O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), afirmou nesta segunda-feira 26, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou sobre o risco de invasões em comunicado enviado às 10h daquele dia. “O que me causa estranheza é que no dia 8, às 10h, a Abin informa claramente que estava confirmada uma invasão de prédios públicos. E isso foi relatado”, disse. “Se essa informação chegou ao nível de secretário e comandante-geral, eles não tomaram as providências. Ou as inteligências não passaram essas informações. Causa estranheza uma informação tão precisa, e o secretário nem sequer acionou o Gabinete de Crise”, falou o militar na CPMI.
Mais cedo, Naime chegou a apresentar atestado médico para tentar se ausentar da sessão desta segunda. Questionado pela relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), sobre o motivo do recuo, ele afirmou que o médico que o avaliou e assinou o atestado apresentado ao colegiado disse que qualquer alteração em sua rotina poderia acarretar problemas de saúde. Também na manhã desta segunda, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia acatado parcialmente um pedido da defesa do ex-chefe da PM do DF, autorizando que ele pudesse ser ouvido na sessão acompanhado de seus advogados, além de poder exercer o direito de ficar em silêncio ao ser questionado pelos membros do colegiado. Naime está preso preventivamente desde fevereiro, acusado de omissão nos atos de 8 de Janeiro.