Entupimento das veias precisa ser monitorado para evitar a disfunção erétil e a impotência sexual
O diabetes é uma das doenças que mais matam no Brasil. Só em 2021 foram registradas 214 mil mortes entre pessoas de 20 a 79 anos, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes. No total, são 16,8 milhões de brasileiros que a possuem, representando 7% da população.
O que poucos sabem é que o diabetes tem relação direta com a área urológica, contribuindo para quadros de disfunção erétil e impotência sexual. Segundo o urologista e oncologista Bruno Benigno, “isso acontece porque a doença favorece o entupimento da microvasculatura dos microvasos que levam o sangue para o pênis. Portanto, o homem também pode perder níveis satisfatórios de ereção por conta do diabetes”, explica.
A doença se caracteriza pelo descontrole da capacidade que o pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina, têm de controlar os níveis de açúcar no sangue. Esses níveis descontrolados além de causarem danos diretos ao fígado, também podem causar problemas aos vasos sanguíneos.
Uma das principais consequências é o entupimento de pequenos vasos. Segundo o médico Bruno Benigno, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e das Clínicas Uro Onco em São Paulo, isso acontece porque quando o nível de açúcar em excesso no sangue não pode ser controlado, ele é convertido em um álcool chamado sorbitol, uma molécula espelho da glicose. É o sorbitol que faz com que esses pequenos vasos sanguíneos sejam entupidos lentamente. Isso não acontece de forma aguda, é um processo demorado que pode levar até duas décadas para se manifestar.
Segundo Benigno, “a impotência sexual acontece pelo descontrole dos níveis de açúcar. Essa alteração afeta a capacidade dos vasos sanguíneos relaxarem e contraírem, o que interfere no fluxo sanguíneo, fator essencial para a ereção.”
“Pessoas com má qualidade de sono têm níveis de estresse maiores, o que aumenta o cortisol. Hormônio que, ao ficar elevado por um longo período de tempo, ajuda a descontrolar o funcionamento adequado do pâncreas, interferindo na produção de insulina. Esse quadro é conhecido por nós urologistas como síndrome metabólica, que nada mais é do que a obesidade, resistência à insulina (que leva ao diabetes), a disfunção erétil, e em alguns casos a hipertensão arterial, que é a pressão alta”, aponta Bruno Benigno. Desta forma, todos esses fatores estão intimamente interligados e têm uma interferência direta com a saúde urológica, do sistema urinário (o rim) e reprodutor (próstata e pênis).
E não é só o homem que tem problemas no sexo por conta da diabetes. Mulheres também são afetadas pela doença, pois a alteração no fluxo sanguíneo gera falta de lubrificação vaginal e ausência de orgasmo.
Entretanto, o quadro pode ser tratado e amenizado, tanto com mudanças no estilo de vida quanto através do uso de medicamentos. E também pode ser evitado. A recomendação é fazer exames periódicos, ter uma alimentação saudável e fazer exercícios regularmente.
Dr. Bruno Benigno
Desde 2017 é chefe de Urologia do Centro de Oncologia e do Centro de Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), é fundador da Clínica Uro Onco em São Paulo, é especialista no tratamento do câncer do sistema urinário (masculino e feminino) e sistema reprodutor masculino, no tratamento do câncer de próstata, rim, bexiga, testículos e cálculos do sistema urinário. Tem subespecialização em Cirurgia Robótica, Laparoscopia e Terapia Focal (HIFU).
Youtube | Videocast Doutor Bruno Benigno
Instagram | @dr_benigno
Facebook | Bruno Benigno
Blog | Uro Onco