A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vê com preocupação o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que as empresas de redes sociais apresentem uma lista com os dados de todos os seguidores do político. Para o advogado Paulo da Cunha Bueno, a solicitação da PGR causa preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião. O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que as redes sociais em que Bolsonaro tem contas, como Instagram, TikTok, Facebook, YouTube, Twitter e Linkedin, enviem um arquivo com a identificação de todos os seguidores do ex-presidente. O pedido foi feito no âmbito do inquérito que apura se houve crimes por parte de Bolsonaro ao postar vídeo, posteriormente apagado, questionando o sistema eleitoral. As empresas também devem informar a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos, repostagens e comentários. A solicitação ao STF já havia sido apresentada e foi reiterada nesta segunda-feira, 17. A defesa de Bolsonaro lembrou que ele já foi ouvido pela Polícia Federal (PF) sobre o caso e apresentou todas as informações solicitadas. O advogado ainda ressaltou que o pedido do MPF não tem relação com a investigação e seria uma tentativa de monitoramento dos seguidores do ex-presidente, que recentemente se tornou inelegível, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até 2030.
Leia nota da defesa de Bolsonaro:
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro reitera que este jamais incitou, induziu ou teve participação em quaisquer dos atos havidos na Praça dos Três Poderes, no dia 08/01, em relação aos quais fez e faz questão de posicionar-se de forma discordante.
Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião, que se pretenda requerer aos servidores provedores de redes sociais o envio da lista completa e respectivos dados de identificação de todos os seus seguidores em redes sociais.
Tal informação não guarda qualquer conexão lógica com o fato em apuração — sobre o qual o Presidente já prestou declarações, esclarecendo todas as circunstâncias —, tratando-se de inaceitável e absurda tentativa de monitoramento político.”
*Com informações do repórter Paulo Edson Fiore.