O deputado federal João Leão (PP-BA) votou no Conselho de Ética pela admissibilidade e continuidade do processo aberto contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar, que foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta-feira, 2, é acusada de ter xingado o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) durante audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. “Assim, em juízo, prima vista, é possível aferir a necessidade de que este Conselho de Ética se debruce sobre os fatos. Do vídeo e das notas taquigráfica, despontam elementos suficientes de autoria e materialidade relativos à possibilidade de que a representada teria proferidos xingamentos graves e supostamente achincalhando a honra de Duarte Junior, cenário habitual a suportar o prosseguimento deste feito”, afirmou João Leão durante leitura do relatório.
Autor do processo, o PSB argumenta que Zambelli “extrapolou suas prerrogativas para agir às margens da lei proferindo palavras de baixo calão” e pede a cassação do mandato da deputada. Segundo representação da legenda, a imunidade parlamentar é uma proteção à democracia e não deve ser usada de forma “imoral e zombeteira”. Carla Zambelli compareceu ao Conselho de Ética para se defender, disse que estava arrependida e pediu o arquivamento do caso por justa causa: “Ele sabe que não mandei ele para aquele lugar. Eles estavam me provocando. Sinceramente, me arrependo”, afirmou a parlamentar.
Diante do pedido, o relator chegou a considerar uma retratação e estabelecer que a deputada fizesse um pedido de desculpas público a Duarte Júnior, o que ela prontamente aceitou. No entanto, outros parlamentares interviram, alegando que a retirada da representação só poderia ser feita pelo PSB. “Não quero lhe crucificar, sei que nesses dias a senhora vai ser crucificada de toda maneira. Mas vamos nos ater apenas na questão do deputado Duarte Júnior”, disse João Leão, ao votar pela continuidade do processo. O relatório deve ser votado e aprovado ainda pelo Conselho de Ética após pedido de vista. Na sequência, a deputada poderá apresentar sua defesa e o relator vai fazer um novo parecer. A deputada também pode recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).