A CPI do MST, que investiga as invasões de terras no Brasil, ouve, nesta quinta-feira, 3, José Rainha Júnior, um dos líderes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), que foi convocado pelos deputados para prestar esclarecimentos sobre a promoção de ocupações de terras pelo movimento em todo o Brasil e supostos crimes relacionados a essas práticas. A expectativa entre os parlamentares é de que José Rainha se mantenha em silêncio e se beneficie do direito garantido por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Às vésperas da oitiva com Rainha, a CPI ouviu o depoimento do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. O secretário apresentou informações de investigações a respeito de denúncias sobre atos de extorsão praticados por ativistas do movimento por terras contra fazendeiros do Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo.
Em março, uma operação resultou na prisão preventiva de lideranças do FNL, entre eles, José Rainha Júnior. “Era um movimento político. As invasões não eram feitas com grandes quantidades de pessoas. Você não via famílias ocupando essas áreas”, afirmou Derrite à CPI. O chefe da pasta de Segurança Pública paulista relatou que as investigações da polícia não encontraram provas testemunhais de que Cláudio Ribeiro, um dos líderes da FNL, teria exigido uma propina de R$ 25 mil a proprietários que tiveram seus terrenos invadidos. Na próxima semana, a CPI do MST deve ouvir o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Nesta quarta-feira, 2, o petista disse que a invasão mais recente de integrantes do MST à sede da Embrapa, em Petrolina, foi motivada por ‘ansiedade’ e que as negociações com as lideranças do movimento caminham bem.
“Tem uma agenda do MST com o ministério e com o Incra que vem de abril para cá e está indo bem. Eles ficaram ansiosos, fizeram aquele protesto e já saíram. Nós estamos em um momento de calmaria nesse país, o que nós temos que colocar no lugar é o programa para assentar novas famílias e todas as políticas. Nós estamos em uma velocidade de cruzeiro, então está indo bem esse tema no Brasil”, defendeu Teixeira.
*Com informações da repórter Iasmin Costa