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Marina diz que não é momento de ‘atitudes erráticas’ e cobra fim de emissões por combustíveis fósseis

Ministra também destacou os resultados do Censo Demográfico 2022 que mostram crescimento de 89% no total da população indígena

LEO BAHIA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Discurso da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Diálogos Amazônicos

A ministra Marina Silva, que comanda a pasta do Meio Ambiente, afirmou que não é o momento de ‘atitudes erráticas’ em relação à Amazônia. “Qualquer atitude que não considere o que a ciência está dizendo pode cometer erros que são irreversíveis e com grande prejuízo”, afirmou a ambientalista nesta segunda-feira, 7, durante conversa com jornalistas ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na véspera da Cúpula da Amazônia, onde cobrou o fim das emissões por combustíveis fósseis. “Mesmo que consigamos reduzir desmatamento em 100%, se o mundo não parar com emissões por combustível fóssil, nós vamos prejudicar a Amazônia de igual forma”, completou.

O evento vai ocorrer nos dias 8 e 9 de agosto em Belém, no Pará, e deve receber representantes de 15 países, incluindo duas nações europeias que têm financiado fortemente as políticas de proteção da biodiversidade: Noruega e Alemanha; mas precisa explicar a ausência dos Estados Unidos após o anúncio de doação de R$ 2,5 bilhões ao Fundo Amazônia. O anúncio foi feito em abril pelo presidente Joe Biden, quantia ainda não foi oficialmente enviada, o que colocaria o país entre os maiores doares do fundo. Mesmo assim, os Estados Unidos não foram convidados pelo Brasil para a cúpula. O tema não foi tratado na coletiva, mas representantes da diplomacia informaram sem o convite formal, os representantes declinaram da participação.

Para Mauro Vieira, o evento deverá levar em consideração a emergência de novos protagonistas da causa ambiental. “Tudo mudou. O mundo precisa levar em conta novas expectativas e novos atores”, avaliou o representantes brasileiro. Marina Silva também destacou os resultados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam que o número de pessoas indígenas é 89% maior do que o observado no Censo de 2010, chegando a uma população de 1,7 milhão de indivíduos, que representa 0,83% da população total do país. Em 2010, o IBGE contou 896.917 indígenas, ou 0,47% do total de residentes do país. “É reconfortante para nós, mas ao mesmo tempo é uma denúncia. Nós ‘subcalculávamos’ a população porque não havia contagem”, explicou.

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