Emocionada, ministra agradeceu seus pares e defendeu a democracia em sua última fala na Suprema Corte brasileira
Carlos Moura/SCO/STF
Ministra Rosa Weber durante sessão de despedida da Suprema Corte
Em seu discurso de despedida a ministra Rosa Weber iniciou sua fala nesta quarta-feira, 27, agradecendo os demais ministros pela colaboração e convívio. “Erra muito quem nos vê como ilhas e não reconhece as pontes de respeito e colaboração entre nós”, diz. Logo depois, Rosa saudou o ex-ministro Celso de Mello pelo apoio quando era presidente da “Corte da Democracia” (TSE) quando sofreu inúmeros ataques nas eleições de 2018. Em seguida, ela prestou gratidão à Carmén Lúcia, a quem chamou de “amiga” e “irmã”, por a acompanhar com “sororidade” nestas caminhada. “Só tenho boas lembranças”, afirma. À Luiz Fux, Weber recordou um crucifixo presenteado, que se manteve intacto após a invasão de sua sala pelos depredadores de 8 de janeiro. Ao ministro Alexandre de Moraes, Weber o chamou de “companheiro indefectível”, e lembrou dos convites para visitas às unidades prisionais. Rosa partilhou o apreço dos detentos por Moraes, e lembrou um episódio que ele foi aplaudido no corredor dos encarcerados. “A todos sou grata e os levo guardado a sete chaves no peito”, concluiu.
Em sua fala, Rosa Weber também agradeceu aos jornalistas e comparou o trabalho da imprensa como o da magistratura, que quando livre e imparcial, proporciona liberdade à sociedade. E disse ainda que sentirá muitas saudades de seu trabalho na corte, “saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”, diz parafraseando o escritor Rubem Alves. “A luta que se travou é passado, o desafio é a próxima. Por mais sonhos que realizemos muitos outros virão. Um passo é uma espera do seguinte. Um passo é só mais um passo”, conclui citando o escritor Jerônimo Jardim.