No Distrito Federal, 38,6% das crianças de 0 a 6 anos passam mais de duas horas por dia em atividades que envolvam eletrônicos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (Ipe-DF), a porcentagem aumenta entre aquelas que têm mais de 6 anos — chegando a 53,7%.
Recentemente, uma pesquisa feita por cientistas neozelandeses mostrou que o excesso de telas na infância pode ter impactos na vida adulta, aumentando o risco de desenvolver síndrome metabólica – um conjunto de condições que aumenta o risco de doença cardíaca, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e diabetes.
Os pesquisadores concluíram que quanto maior o número de horas diante da TV na juventude – independentemente do tempo que costumavam ver televisão na idade adulta –, maior o risco de desenvolver síndrome metabólica, avaliada a partir de alterações na pressão arterial, glicemia, altas taxas de triglicérides, colesterol e excesso de circunferência abdominal.
“Não existe uma clareza de causa e consequência direta, pois isso pode ter acontecido por questões comportamentais associadas ao hábito de ver televisão, como sedentarismo, alimentação de pior qualidade, exposição a mais tempo de propaganda, menos contato com outras crianças e exposição à luz natural”, disse a pediatra Debora Kalman, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Mas estamos aprendendo que existe uma memória metabólica que permanece para a vida adulta”, completou.
Recomendação OMS Segundo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), feita em 2019, crianças de até cinco anos de idade não devem passar mais de 60 minutos por dia diante de uma tela de smartphone, computador ou TV.
A organização, alertou, à época, que bebês com menos de 12 meses de vida não devem passar nem um minuto na frente de dispositivos eletrônicos.
Confira as recomendações para cada idade: Bebês (menos de 1 ano):
Devem estar fisicamente ativos várias vezes ao dia de várias maneiras, particularmente por meio de brincadeiras interativas no chão. Quanto mais, melhor. Para os que ainda não sabem andar, essas atividades físicas devem incluir pelo menos 30 minutos em posição de bruços, repartidos ao longo do dia, nos momentos em que os bebês estiverem acordados; Não devem permanecer sob formas de contenção e restrição do movimento por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras altas ou nas costas de um cuidador. Não se recomenda que passem tempo diante de telas de dispositivos eletrônicos. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias; Devem ter de 14 a 17 horas (no período do nascimento aos três meses de idade) ou de 12 a 16 horas (no período de quatro a 11 meses de idade) de sono de boa qualidade, incluindo cochilos. Crianças de um a dois anos de idade:
Devem passar ao menos 180 minutos em uma variedade de atividades físicas em qualquer intensidade, incluindo atividades físicas de intensidade moderada a elevada, distribuídas ao longo do dia. Quanto mais, melhor; Não devem ficar restritas por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras altas ou nas costas de um cuidador — nem permanecer sentadas durante longos períodos de tempo. Para crianças de um ano de idade, não se recomenda nenhum período de tempo em atividades sedentárias em frente a uma tela (assistindo à TV ou vídeos ou em jogos de computador). Para aquelas com dois anos de idade, o tempo sedentário em frente às telas não deve ser superior a uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias; Devem ter de 11 a 14 horas de sono de boa qualidade, incluindo cochilos, com horários regulares para dormir e acordar. Crianças de três a quatro anos de idade:
Devem gastar ao menos 180 minutos em vários tipos de atividades físicas em qualquer intensidade. Pelo menos 60 minutos devem envolver atividades de intensidade moderada a elevada, repartidas ao longo do dia. Quanto mais, melhor; Não devem ficar contidas por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê — ou ficar sentadas por longos períodos. O tempo dedicado a atividades sedentárias em frente às telas não deve exceder uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias; Devem ter de 10 a 13 horas de sono de boa qualidade, que podem incluir cochilos, com horários regulares para dormir e acordar.