InícioEditorialPolítica NacionalA meta do Brasil na COP28

A meta do Brasil na COP28

O programa JP Ponto Final, comandado por Claudio Dantas, diretor de jornalismo da Jovem Pan em Brasília, debateu neste sábado, 23, sobre a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os convidados desta edição foram a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) e o assessor especial da Petrobras, Marcelo Ramos. 

No discurso de abertura da COP 28, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou as propostas ambientais do governo brasileiro e defendeu a descarbonização do planeta e que a economia dependa menos de combustíveis fósseis, “o Brasil está disposto a liderar pelo exemplo”, disse o petista. A deputada índigena afirmou que essas conquistas dependem de uma vida precária dos povos originários e ribeirinhos.“Que política é essa que sacrifica o seu próprio povo em benefício de outros países? Isso não é justo para o povo brasileiro, para o povo do norte e para o povo que vive na Amazônia. Eu estou completamente ofendida em nome do povo do norte com tal discurso”, iniciou Silvia. “Quando nós falamos de uma preservação em prol da humanidade, a gente precisar uma conscientização, mas essa conscientização tem um preço para todos, as questões de não entender porque apenas o povo do norte tem que ser sacrificado e os outros países continuarem, sem freio nenhum, emitindo os seus gases ao planeta e pagam aos países para manterem as suas florestas, impedindo o seu povo do desenvolvimento econômico, isso pra mim é questionável.” finalizou Waiãpi.

Durante a conferência, o chefe do Planalto confirmou que o Brasil vai integrar a Opep+, que é um grupo expandido da Opep, Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Questionado se há uma contradição na intenção do governo em aderir às energias renováveis com a entrada em um grupo que incentiva a exportação de combustíveis fósseis, Ramos discordou e defendeu a alternativa. “Para nós, Brasil, é uma falsa contradição. Primeiro: porque a nossa matriz energética é muito mais renovável do que o resto do mundo; e segundo:  porque queiram os ambientalistas ou não, os próximos 50 anos ainda terão preponderância de combustíveis fósseis e isso independe da nossa vontade, uma migração radical de combustíveis fósseis para energia renovável significa reduzir o acesso a energia para as pessoas mais pobres, porque essas tecnologias são, hoje, mais caras.” disse o assessor. “A riqueza gerada a partir do óleo e do gás que vai gerar o dinheiro necessário para pesquisa e investimento na área de energias renováveis.  A Petrobras, hoje, não é uma empresa só de petróleo, óleo e gás, é uma empresa comprometida com a transição energética.”, explicou Marcelo. 

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