InícioNotíciasPolíticaPreso pelo 8/1, oficial da PMDF criticou acampamento 10 dias antes

Preso pelo 8/1, oficial da PMDF criticou acampamento 10 dias antes

Dez dias antes do fatídico 8 de Janeiro, o então comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime, criticou a manutenção do acampamento de apoiadores de Bolsonaro em frente a Quartel-General do Exército.

Em ofício enviado ao comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, no dia 29 de dezembro de 2022, Naime afirmou que o cancelamento da operação de retirada do acampamento, naquele mesmo dia, representava um “desgaste institucional”, uma vez que o Exército teria recuado.

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Naime agarra homem pelo pescoço no 8 de Janeiro Hugo Barreto/Metrópoles

Ex-comandante de Operações da PMDF e atualmente preso, coronel Jorge Eduardo Naime

Ex-comandante de Operações da PMDF e atualmente preso, coronel Jorge Eduardo Naime Breno Esaki/Metrópoles

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O então comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime, corre na direção de manifestante Hugo Barreto/Metrópoles

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Com ajuda de outros PMs, coronel Naime derruba manifestante Hugo Barreto/Metrópoles

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Manifestante é contido Hugo Barreto/Metrópoles

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Coronel prende o manifestante no 8/1 Hugo Barreto/Metrópoles

No documento, Naime diz ter participado, no dia anterior, da reunião que definiu os detalhes da retirada do acampamento. No dia 29, porém, teria sido avisado do cancelamento da operação. O militar está preso preventivamente desde fevereiro de 2023 por suposta omissão no 8 de Janeiro.

“O escopo da operação foi definido em reunião ocorrida em 28/12/2022, a qual contou com a presença do General de Divisão Gustavo Henrique Dutra de Menezes, Comandante Militar do Planalto, deste signatário em representação a PMDF e de outros representantes de Instituições, Organizações e Agências governamentais de interesse para a missão.

Os aludidos recursos foram disponibilizados no teatro de operações na madrugada desta quinta-feira, 29/12/2022. Não obstante, fomos surpreendidos com o cancelamento da operação por decisão do Comandante do CMP/EB [Comando Militar do Planalto/Exército Brasileiro]”, disse o coronel no ofício assinado em 29 de dezembro de 2022.

“Faz-se mister destacar que a decisão exarada possui implicações negativas para a segurança públida e para a tranquilidade pública no Distrito Federal, além do desgaste institucional frente à comunidade.

É público e notório, com ampla divulgação na mídia, que integrantes do acampamento situado no QGEx vêm se envolvendo em atos atentatórios contra a ordem pública nesta Capital. Inclusive, tais atos já trouxeram prejuízos materiais para o patrimônio público e privado que somente não foram de maiores dimensões e gravidade pela pronta resposta da PMDF”, afirmou Naime, no documento obtido pela coluna.

O comandante de Operação da PMDF reclamou ainda da indefinição do Exército quanto à retirada do acampamento, aumentando a pressão sobre as forças de segurança estaduais e provocando o desperdício de recursos.

“Os recursos operacionais da Corporação não são ilimitados. ANeste momento específico do ano, vários homens e viaturas estão sendo empregados em missões tais como: esquema de segurança que precede a posse presidencial, festividades de fim de ano e reforço ao policiamento do comércio.

Portanto, certamente o atendimento do pedido do EB implicou em desgaste adicional de nossos homens e recursos materiais para que nossa missão institucional precípua não sofresse descontinuidade ao longo do território do Distrito Federal. Ressalto, que o exposto se torna mais relevante por ser a segunda vez que o Exército Brasileiro nos convoca para tal missão e cancela a operação após os recursos terem sido desdobrados no terreno”, criticou o coronel.

Prisão Naime foi preso em agosto de 2023, sob a suspeita de ter facilitado as invasões das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro daquele ano. Ele ficou no Complexo Penitenciário da Papuda até setembro quando foi transferido para o 19º Batalhão de Polícia Militar.

Em depoimento à CPI do 8 de Janeiro, Naime negou omissão nas invasões e atribuiu a responsabilidade pela falha na segurança ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

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