O resumo do 1º de Maio de Lula é este: campanha antecipada para Guilherme Boulos, o seu candidato a prefeito de São Paulo, para um punhado de mortadelas.
Foi uma afronta legal, um fiasco político e um ato imoral. É um padrão lulista, não exceção.
Afronta legal porque campanha antecipada é proibida por lei, como sabem Lula, Guilherme Boulos e todos os demais atores do palanque montado na capital paulista para supostamente comemorar o Dia do Trabalho.
O fiasco político ficou por conta da falta de público presente, ainda que com a mortadela dos sindicalistas de resultados, que estão para encher o bolso de novo com a volta do imposto sindical sob nova denominação para enganar trouxas.
Ato imoral porque Lula topou cometer a ilegalidade por ela ter custo financeiro baixo, multa em torno de 25 mil reais, e concordou, tacitamente ou não, que a campanha antecipada fosse filmada pela TV oficial — que mandou apagar o vídeo só depois de as imagens do presidente pedindo voto para Guilherme Boulos terem sido difundidas nas redes sociais pelos milicianos digitais do PT e das suas linhas auxiliares.
A imoralidade se mistura à ilegalidade no fato de o evento supostamente organizado para festejar o Dia do Trabalho, mas que foi campanha eleitoral descarada, ter sido financiado por meio daquela obra para todo pau, a Lei Rouanet, em 250 mil reais, e pela vaca sagrada do petismo, a Petrobras, em 3 milhões de reais.
A menos que tudo tenha mudado do dia para a noite, Lula deverá sair praticamente ileso de mais essa, porque a mão forte da Justiça Eleitoral é seletiva, só alcança quem está à direita no espectro ideológico. A mão é leve para os mãos-leves da esquerda
Espera-se, então, que os eleitores façam justiça com os próprios dedos na hora de votar e digam o seu não à afronta legal e ao ato imoral, concretizando nas urnas o fiasco político do evento de 1º de maio. Mas talvez seja esperar muito de quem se habituou com a esbórnia institucional.