InícioNotíciasPolíticaInvestigação sobre morte de piloto do PCC por Raiado foi arquivada

Investigação sobre morte de piloto do PCC por Raiado foi arquivada

A investigação do caso envolvendo a morte do piloto do PCC, Felipe Ramos Morais, pelas mãos do tenente-coronel Edson Melo, conhecido como Edson Raiado, da Polícia Militar de Goiás (PMGO), foi arquivada pelo Ministério Público de Goiás.

Além de Felipe, outros dois homens morreram: Nathan Moreira Cavalcante, 21 anos, e Paulo Ricardo Pereira Bueno, 37. Os envolvidos alegam legítima defesa.

Dos 15 tiros que mataram os três homens, 12 foram disparados por Edson Raiado. Ele e o major Renyson alegam que foram recebidos a tiros. O caso foi arquivado em agosto do ano passado, mas com ressalvas do Ministério Público de Goiás, que apontou alterações no local do suposto confronto.

“Não houve robusta produção de provas aptas a sufragar a tese de legítima defesa”, escreveu o promotor Spiridon Anyfantis.

A dupla de policiais que matou os três homens alegou que chegou até a chácara após uma denúncia anônima. Os PMs apresentaram cerca de 5 kg de cocaína e três armas que teriam sido apreendidas com os mortos. No local, que era usado para pintura e conserto de aeronaves, havia três helicópteros.

Revolta de parentes Familiares e amigos dos três mortos contestam a versão da polícia. Nathan e Paulo não tinham antecedentes criminais.

Parentes de Nathan, por exemplo, criaram uma página no Instagram em que pedem justiça por ele, e defendem que o jovem não tinha envolvimento com crime organizado.

“Um jovem trabalhador de 22 anos assassinado pelo tenente-coronel Edson Melo”, aponta a descrição da página.

No caso de Felipe, apesar de ter o histórico de piloto do PCC, ele realizava “apenas funções burocráticas” na organização criminosa, segundo parecer do Ministério Público do Ceará em investigação de 2018.

Para completar, os investigadores de Goiás não encontraram nenhum indício de ligação entre os três mortos e traficantes de drogas, mesmo após quebra de sigilo dos dados dos celulares. A investigação sobre tráfico foi arquivada neste mês.

Em entrevista para a coluna do Josmar Jozino no Uol, em maio de 2021, Felipe contou que tinha muito medo de morrer. À época, ele era chamado de “inimigo número 1 do PCC”.

Quem era Felipe Ramos Morais Felipe Ramos Morais, conhecido como “Piloto do PCC”, foi uma figura central nas operações logísticas do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores e mais influentes organizações criminosas do Brasil.

Nascido em uma família de classe média alta, Morais desenvolveu cedo o interesse pela aviação, sonho que perseguiu com determinação. Após conseguir sua licença de piloto, Felipe inicialmente trabalhou em empregos legítimos, mas, devido à falta de oportunidades e a promessas de ganhos rápidos e altos, acabou sendo atraído pelo mundo do crime.

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Piloto do PCC, Felipe Ramos Morais

GloboNews/Reprodução

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Piloto Felipe fez delação premiada que ajudou a polícia a investigar o PCC

Arquivo pessoal

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Tenente-coronel Edson Raiado

Reprodução

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Tenente-coronel Edson Raiado

Reprodução/Instagram

Felipe começou a trabalhar para o PCC no início dos anos 2010, utilizando suas habilidades como piloto para realizar voos clandestinos que transportavam grandes quantidades de drogas e armas.

As missões incluíam voos entre estados brasileiros e, ocasionalmente, rotas internacionais, sempre buscando evitar a fiscalização das autoridades. A discrição e a eficiência com que realizava essas tarefas rapidamente lhe garantiram a confiança e o respeito dos líderes da facção.

Felipe pilotou helicópteros para lideranças importantes do PCC até 2018, quando foi preso e passou a ajudar os investigadores, tornando-se um colaborador valioso para a polícia, a ponto de fechar uma delação premiada que desencadeou megaoperações da Polícia Federal, com prejuízos de milhões para a facção paulista.

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