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Lula tem melhora na aprovação após falar mais e voltar a bater no BC

Cerca de quatro meses depois, a nova rodada de pesquisas de opinião demonstram uma melhora do humor do brasileiro em relação ao terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Semanas antes dos levantamentos mais recentes, o chefe do Executivo investiu em mais entrevistas para rádios locais.

Além de intensificar a participação em entrevistas, os temas abordados parecem ter ressoado bem com os ouvintes. Pela avaliação da Quaest, as críticas de Lula ao Banco Central e falas sobre isenção de imposto para carnes e pente-fino no Cadastro Único para identificar irregularidades foram bem aceitas.

Dessa forma, houve crescimento de aprovação do presidente na Quaest e na Ipec, pesquisas divulgadas nos últimos dias. Nas duas avaliações, o petista subiu quatro pontos percentuais, ou seja, na beira da margem de erro de dois pontos em ambas aferições.

Além disso, as avaliações apontam para uma redução na rejeição do governo Lula, inclusive entre os evangélicos, tidos como um eleitorado relevante para as eleições municipais de outubro.

Quaest Ipec Estratégias Para reverter a maré baixa, o governo tinha tentado algumas estratégias. No começo do mandato, Lula teve o Conversa com Presidente, um programa semanal para rivalizar com as lives de quinta-feira da época de Jair Bolsonaro (PL).

O quadro, no entanto, não teve o alcance desejado e sumiu da agenda do presidente no fim de 2023. O que aparenta ter funcionado é a intensificação de entrevistas a mídias locais durante as viagens do presidente e escolhas por ampliar os discursos sobre temas que atingem diretamente a população, como juros e preços dos alimentos nos supermercados.

A opção de priorizar rádios, em vez de televisão ou site, é do próprio Lula. Nas entrevistas, o presidente já revelou mais de uma vez a preferência pelo meio de voz e fica mais à vontade, desse jeito, para construir falas mais fortes sobre assuntos estratégicos para o governo.

As entrevistas De junho até o começo de julho, antes das pesquisas ouvirem os entrevistados, o chefe do Executivo concedeu nove entrevistas exclusivas. A maioria delas ocorreu durante a maratona de viagens do petista a estados como Minas Gerais, Maranhão e Bahia.

As sabatinas foram palco para as críticas inflamadas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O titular do Planalto disse, por exemplo, que o gestor tem “rabo preso a compromissos políticos” e que está “há dois anos com o presidente do BC de Bolsonaro”. A principal queixa do presidente é em relação à manutenção da taxa Selic em 10,50%. A avaliação de Lula é que a alta taxa de juros atrapalha investimentos.

A pesquisa Quaest revelou que 66% dos entrevistados concordam com as críticas de Lula à política de juros da instituição. O índice é alto, inclusive, entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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