Nos últimos dias, o pequeno baiano Daniel Mascarenhas da Silva, de apenas 2 anos e 10 meses, chamou a atenção do Brasil com suas habilidades de leitura e escrita fora da curva. O menino aprendeu a ler e escrever em português, e em outros três idiomas. O Metrópoles ouviu pais de “pequenos gênios” e uma neuropsicóloga para saber quais sinais podem indicar que uma criança é superdotada.
A Associação Mensa Brasil, entidade que reúne pessoas com altas capacidades intelectuais no país, e representante oficial da Mensa Internacional, principal organização de alto QI do mundo, identificou 3,5 mil brasileiros com superdotação/altas habilidades no Brasil.
Do total de superinteligentes localizados, mais de 25% são menores de idade, somando mil crianças e adolescentes. A primeira criança entrou na entidade em setembro de 2006, quando tinha 9 anos. Os identificados mais novos atualmente pela Mensa Brasil possuem 2 e 3 anos de idade.
Para a neuropsicóloga Marcella Bianca existem algumas características comuns em relação às crianças superdotadas.
Confira quais são:
desenvolvimento precoce; curiosidade insaciável; vocabulário avançado; rápido aprendizado; memória excepcional; interesses diversificados; pensamento crítico; criatividade e imaginação; independência e autonomia; sensibilidade emocional. A especialista destaca que esses sinais podem identificar se uma criança é superdotada, mas lembra que cada pequeno se desenvolve de maneira diferente. “Esses sinais podem indicar superdotação, mas não são exclusivos desse grupo. É importante observar o contexto e considerar outros fatores ao avaliar o potencial de uma criança”, explica Marcella Bianca.
Pequeno baiano
Natural de Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, Daniel Mascarenhas da Silva vive com seus pais. A mãe de Daniel, a esteticista Gabriela Mota Mascarenhas, contou, em entrevista ao Metrópoles, um pouco da trajetória especial da criança, que teve seu início com a dificuldade de falar.
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Pequeno baiano de 2 anos aprendeu a ler e escrever sozinho
Arquivo pessoal
“Quando ele completou os dois anos, ainda não falava. Mas a gente observava que o interesse dele por letras, por números, aumentava”.
A mãe conta que “primeiro, ele aprendeu o alfabeto em português. Depois, começou a ter um contato com o alfabeto em inglês. Ele aprendeu o alfabeto em inglês. Depois, ele teve contato com o alfabeto russo, e ele foi atrás. Então, assim, ele por si só vai, procura, aprende e a gente deixa ele livre”.
Irmãos gênios
Os irmãos Theo, 8 anos, e Lis, 4 anos, tem um QI de nível gênio, acima de 99,9% da população. O pai dos “super irmãos”, Ygor Ribeiro, contou ao Metrópoles sobre a experiência de ter dois gênios na família. O administrador explica que Theo começou a formar frases antes de um ano, a ler e escrever com três e após testes se tornou o brasileiro mais novo a entrar na Mensa.
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Irmãos gênios tem QI acima de 99% da população – Metrópoles
Acervo pessoal
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Irmãos gênios Theo e Lis – Metrópoles
Acervo pessoal
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Irmãos Theo, Lis e Yuri sentados em banco – Metrópoles
acervo pessoal
“Ele fez uma avaliação neuropsicológica completa, que demorou por volta de cinco dias, e o resultado final foi que ele possuía um QI acima de de 99,9% das pessoas, num nível de gênio. Foi surpreendente para nós. Sabíamos que ele era inteligente, mas não imaginávamos um resultado desse”.
Sobre Lis, o pai relata que foi como o raio cair duas vezes no mesmo lugar. A família ainda conta com Yuri de apenas um ano, que já gera expectativas para ser mais um “pequeno gênio”.
“Os resultados dos testes neuropsicológicos da Lis foram muito similares aos do Theo. Ela fez os testes com 3 anos. O Theo fez com 5. Ambos são extremamente sociáveis e extrovertidos, sem nenhuma condição além da superdotação”.