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Além de secretarias, negociação de Nunes com União Brasil envolve presidência da Câmara de Vereadores

O acordo fechado para que o União Brasil apoie a reeleição do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), envolve a presidência da Câmara Legislativa da cidade pelos próximos quatro anos. De acordo com fontes próximas a Nunes, em conversa que selou inicialmente o apoio, há um mês, o presidente nacional do União, Antonio Rueda, e o comandante municipal da sigla, Milton Leite, pediram auxílio para permanecer no comando da casa. A negociação envolveu uma ligação ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, que deram aval. Nunes, então, disse que toparia, desde que o União Brasil consiga eleger uma bancada forte de vereadores — como a primeira ou a segunda maior. Na época, a negociação pela Câmara foi suficiente para que Leite deixasse de lado as diferenças com o escolhido para vice de Nunes — o ex-coronel da Rota Mello Araújo, indicado de Bolsonaro —, e o União anunciou o apoio.

Semanas depois, Milton Leite, aliado antigo de Nunes, entrou em novo conflito com o prefeito, colocando em xeque a parceira para as eleições. Leite, que também é presidente da Câmara Municipal de São Paulo, não gostou de declarações de Nunes sobre a greve de ônibus que aconteceria na cidade — e disse que procederia procurar outros pre-candidatos. A declaração de Leite causou alvoroço e pegou de surpresa o entorno da pré-campanha do atual prefeito, que já tinha selado o acordo pela presidência da Câmara e tinha receio de perder o União Brasil para o pré-candidato do PRTB, o coach Pablo Marçal. Aparecendo “atrasado” na disputa, Marçal assustou o entorno de Nunes com os números de intenções de voto e a tentativa de aproximação de Bolsonaro. Segundo uma pessoa diretamente ligada a pré-campanha do prefeito, uma aliança entre Marçal e o União Brasil seria perigosa, já que traria tempo de TV e recursos para a campanha do coach.

Para tentar driblar o problema, um novo encontro entre Nunes e Leite foi marcado pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Na data, Leite pediu a criação de duas secretaria para Nunes: uma de Defesa Animal e outra de Proteção de Mananciais. Apesar do acerto entre os dois, Nunes afirmou, em agenda nesta quarta-feira (24), que não se comprometeu com o vereador. Segundo o prefeito, ainda é muito cedo para discutir assuntos como esse. Além disso, ele disse que todas as sugestões são bem-vindas, mas serão devidamente analisadas.

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Apesar dos percalços, Ricardo Nunes considera que as questões com Leite e o União foram finalmente resolvidas. “Feliz pela decisão da União do Brasil, um dos maiores partidos do nosso país, que tem uma importância grande e já faz parte do nosso governo. Então, portanto, não teria nem motivo para não continuar. A gente não está nem falando de vir, é de continuar junto com o nosso projeto de reeleição. O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite, me mandou ontem um WhatsApp com uma matéria que saiu, onde essa matéria falava com relação à questão da decisão da União do Brasil de nos apoiar, e agora estou marcando lá uma data para fazer o anúncio oficial, mas página virada”, garantiu.

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