São Paulo — Ex-soldado da Polícia Militar (PM) que denunciou um tenente-coronel da corporação por assédio sexual e ameaças de morte, Jéssica Paulo do Nascimento (foto em destaque) entrou com uma ação contra o estado de São Paulo pedindo uma indenização de R$ 3,5 milhões por danos morais.
A vítima denunciou o tenente-coronel Paulo Cássio Novaes em 2021, quando tinha 28 anos, após sofrer assédio sexual e ameaças de morte em mensagens de aplicativo fora do horário de serviço, além de perseguição no trabalho.
O policial militar foi condenado a um ano e cinco meses de prisão em regime aberto. Mesmo assim, antes de se aposentar, foi promovido a coronel. “Ele é promovido. Eu tive que pedir demissão”, lamentou a ex-soldado, em 2021 quando soube da honraria a Novaes.
Jéssica foi exonerada em maio daquele ano, um mês depois de ter denunciado o caso à Corregedoria da Polícia Militar. Segundo ela, as investidas começaram em 2018, quando o tenente-coronel passou a chefiar o batalhão em que ela trabalhava, na zona sul da capital paulista.
A partir daí, a soldado, que é casada e mãe de dois filhos, passou a ser vítima de assédio. Após ter cortado as investidas do oficial para sair com ela, o superior passou a atrapalhar a vida da policial na corporação.
A situação fez com que ela tirasse um período de licença sem direito ao salário e se mudasse da capital paulista para o litoral, transferindo-se para a Praia Grande.
Em abril de 2021, ela teve que retornar ao trabalho e o “inferno” começou, segundo relatou. Primeiro, ele foi lotada na capital paulista, longe de sua residência, na contramão das práticas do órgão. Depois, o coronel descobriu o contato dela.
Jéssica resolveu denunciar o caso e conseguiu ser transferida para a cidade em que mora. Mesmo assim, acabou deixando a PM.