O avanço do Primeiro Comando da Capital (PCC) no litoral de São Paulo tem gerado crescente preocupação entre as autoridades locais. Um relatório da operação Hereditas, que investiga agentes públicos envolvidos em esquemas de propina, revelou que o município de Guarujá foi “sequestrado” pelo crime organizado. A cidade é considerada um ponto estratégico devido à sua proximidade com o Porto de Santos, facilitando o envio de drogas para outros países. A desembargadora Ivana David destacou que as facções criminosas estão cada vez mais infiltradas no Estado, o que não é novidade, pois a simbiose entre o crime organizado e o estado é uma característica das organizações criminosas.
O Ministério Público, em suas investigações, já havia apurado o envolvimento de políticos com lideranças criminosas em São Paulo. A nova investigação, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pela polícia, identificou indivíduos politicamente envolvidos com o crime organizado, especialmente em esquemas de lavagem de dinheiro. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão na Baixada Santista, sendo 19 no Guarujá, incluindo um na Câmara Municipal e outro em uma emissora de televisão. Vereadores são suspeitos de direcionar licitações em troca de propina, utilizando empresas fantasmas para vencer concorrências.
Recentemente, uma base comunitária da Polícia Militar em Guarujá foi atacada, colocando a PM em alerta para possíveis ações do PCC em todo o Estado. A desembargadora Ivana David expressou preocupação com uma possível retaliação da facção devido ao avanço das investigações. Uma carta apreendida em um presídio de São Paulo, em Parelheiros, indicava que a “sintonia final” do PCC estaria planejando atentados contra policiais penais. A Secretaria de Assuntos Penitenciários, a Polícia Civil e o Gaeco estão investigando o caso.
*Com informações de Alvaro Nocera
*Reportagem produzida com auxílio de IA