Uma advogada baiana foi presa suspeita de participar de um esquema que facilitava a comunicação ilícita de pessoas com um líder de organização criminosa preso no Complexo da Papuda, em Brasília. Érica Priscilla da Cruz Vitorino foi um dos alvos da Operação Cravante, que visa desmontar o esquema envolvendo advogados e internos do sistema prisional.
A operação cumpriu seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão no Distrito Federal e na Bahia. As investigações revelaram que pessoas envolvidas no esquema fingiam ser advogados para se comunicar por videochamada com o chefe da organização. Além de Érica, Jackson Antônio de Jesus Costa, mais conhecido como Caboclinho, também foi alvo da operação. Ele é acusado de chefiar o Bonde do Maluco (BDM) na Bahia, e de envolvimento na morte do policial federal Lucas Caribé, assassinado em setembro de 2023 durante uma operação policial em Salvador.
A advogada baiana foi presa em casa, na cidade de Serrinha. Érica é companheira de Marlos Araújo Souza Junior, conhecido como “Bolão”, CRM ou JR, considerado um indivíduo de alta periculosidade e alvo sensível do Sistema Prisional Baiano, atualmente preso no Conjunto Penal de Serrinha.
OPERAÇÃO CRAVANTE
A Operação Cravante cumpre seis mandados de prisão e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília do TJ-DFT, no Distrito Federal e na Bahia.
Informações repassadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seap) constataram indícios de que pessoas diversas estariam se passando por um advogado, com a anuência dele, para se comunicarem com detentos reclusos no sistema prisional do DF. Segundo informações do site Metrópoles, as chamadas de vídeo eram vendidas por R$ 150.
Conforme informações obtidas pelo portal, o inquérito policial revela que ao menos cinco advogados e um estagiário de direito, alvos das ordens judiciais, se revezariam no atendimento a demandas de uma liderança de facção, atuando por fora do exercício profissional para promoção de uma organização criminosa.