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Ainda Estou Aqui é dura lembrança de tudo o que a ditadura destruiu

“O passado é conservado por ele mesmo”, diz Marcelo Rubens Paiva em um trecho do livro Ainda Estou Aqui (ed. Alfaguara). Quando falamos do Brasil, os dois gols de Ronaldo Fenômeno na final da Copa do Mundo de 2002, as iguarias culinárias inestimáveis, as tantas cores do Carnaval carioca e os ícones futebolísticos criados no país não conseguem apagar os sangrentos anos de 1964 a 1985, a ditadura militar.

Com Fernanda Torres e Selton Mello, Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (7/11) para servir de dura e inesquecível lembrança do quanto a tirania – e os tiranos que a comandaram – matou, destruiu, feriu e manchou o país.

Imagem colorida do filme Ainda Estou Aqui - Metrópoles
Família Paiva, formada por Eunice, Rubens e seus cinco filhos

Na década de 1970, a família Paiva, formada por Eunice (Torres), Rubens (Mello) e seus cinco filhos, vive à beira da praia do Rio de Janeiro em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice — cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas — é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.

A família Rubens Paiva não é a vítima da ditadura, o país que é.

Marcelo Rubens Paiva

Imagem colorida de Fernanda Torres no filme Ainda Estou Aqui - Metrópoles
Fernanda Torres vive no filme Eunice Paiva

Conhecido por seu estilo sensível e poético, Walter Salles não economiza em mostrar a dor e o sofrimento de uma família destruída por um sistema político frágil, cruel e antidemocrático. Os calvários de uma esposa que não teve mais notícias do marido e dos filhos que sofreram em entender o porquê de o pai não voltar para casa são o retrato de uma família, mas que serve como um relato de um período histórico.

Fernanda Torres acertou quando disse que a premiação do Oscar “não é a medida de tudo“, e de fato a premiação não é capaz de provar ou garantir a qualidade de uma produção. Independentemente de uma estatueta dourada regida por uma academia norte-americana, Ainda Estou Aqui é incrível, realista e doloroso na mesma medida – e, em 2024, não teria produção melhor para estampar o verde e amarelo da bandeira brasileira na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

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