Donald Trump não só ganhou, como goleou. Embora todos os institutos de pesquisas mostrassem uma disputa apertada, disse, no programa 3 em 1, que Trump ganharia com boa vantagem – 283 delegados e Kamala Harris com 255. A vitória será ainda maior do que minha previsão. Por enquanto, Trump já tem 292 delegados. Falta ainda fechar Alasca, Arizona e Nevada, onde o republicano lidera em todos eles. Se ganhar nesses três estados, Trump será eleito com 309 delegados, enquanto Harris ficaria com 226 votos. Será o 7×1 do partido Democrata.
A vitória se torna ainda maior, porque os republicanos já formaram maioria no Senado e tudo indica que levarão à Câmara. Como explicar uma vitória tão avassaladora de Trump e do partido republicano? Como venho falando em alguns programas da Jovem Pan (Pânico, Jornal da Manhã e 3 em 1), Trump falou de problemas reais para pessoas reais. Tocou no coração do americano médio ao falar das dificuldades concretas vividas pela população. Basicamente sua campanha falou de economia e imigração.
Embora a inflação esteja desacelerando (2,4%), a taxa de desemprego em 4,1% e o crescimento em 2,5%, há uma insatisfação da população com a economia real. Talvez porque, apesar da recuperação econômica, a população não se recuperou totalmente do tombo da pandemia. Embora trabalhem e tenham renda, o povo americano não consegue comprar a mesma quantidade de bens e serviços que adquiria há 4 anos. Trump soube explorar bem essa questão, repetindo a estratégia de Ronald Reagan com a pergunta: “sua vida está melhor do que há 4 anos antes”?
O segundo ponto bastante explorado por Trump foi a crise imigratória. Há uma relação de aumento de criminalidade com imigração ilegal. Além disso, há uma percepção de parte do eleitorado de que o imigrante ilegal “rouba” o emprego do cidadão americano.
Enquanto Trump focava em problemas concretos (economia e imigração), além de exaltar os valores conservadores norte-americanos como liberdade, defesa da propriedade, família, Deus -, a Kamala Harris ficou mais presa à pauta de costumes de esquerda, como feminismo, aborto, ideologia de gênero etc.
O problema é que o mecânico, a atendente do restaurante e a enfermeira estão muito mais preocupados com economia e segurança pública do que ideologia de gênero ou empoderamento da mulher. A vitória de Trump mostra que a pragmatismo conservador venceu a ideologia. O afegão médio rejeitou nas urnas a pauta woke.