Uma pessoa negra é morta a cada quatro horas em intervenções policiais registradas em nove estados do Brasil, em 2023. O levantamento é da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado nesta quinta-feira (7/11).
Quase 90% dos mortos em intervenções são representados por pessoas negras, afirma o estudo.
No ano passado, nestes nove estados do Brasil, foram registradas 4.025 mortes decorrentes de intervenção policial no país. Em 3.169 desses casos, foram disponibilizados os dados de raça e cor.
O levantamento mostra que 2.782 pessoas eram negras, ou seja, 87,8% dos casos eram registrados de acordo com raça e cor. Entretanto, 865 casos não registraram a raça da vítima, o que pode notificar menos do que seria correto das mortes.
A Bahia mantém o topo da lista de letalidade policial. Foram 1.702 pessoas mortas em 2023, sendo 1.321 pessoas negras, ou 94,6%. Porém, o estado não conseguiu o registro de raça e cor de 306 casos.
Veja os nove estados que foram analisados no levantamento:
- Bahia; 1.702 mortes (1.321 vítimas negras)
- Rio de Janeiro; 871 mortes (690 vítimas negras)
- Pará; 530 mortes (232 vítimas negras)
- São Paulo; 510 mortes (321 vítimas negras)
- Ceará; 147 mortes (47 vítimas negras)
- Pernambuco; 117 mortes (110 vítimas negras)
- Maranhão; 62 mortes (16 vítimas negras)
- Amazonas; 59 mortes (25 vítimas negras)
- Piauí; 27 mortes (20 vítimas negras).
Ainda de acordo com o levantamento, do total de mortos, 243 eram crianças ou adolescentes. O levantamento “Pele Alvo: mortes que revelam um padrão” é anualmente publicado pela Rede de Observatórios da Segurança.