A Cúpula Climática da ONU, marcada para ocorrer na próxima segunda-feira no Azerbaijão, está gerando expectativas e preocupações devido à ausência de líderes de algumas das nações mais influentes do mundo. O evento, que reunirá representantes de 200 países, tem como objetivo discutir os desdobramentos das mudanças climáticas e se estenderá por duas semanas. No entanto, a ausência de figuras-chave como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente chinês Xi Jinping e o chanceler alemão Olaf Scholz. As presenças do presidente russo, Vladimir Putin e de Emmanuel Macron, da França, também não estão garantidas.
Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, expressou preocupação com a ausência desses líderes, afirmando que isso enfraquece o debate e complica o quadro geopolítico. Segundo Bocuhy, a presença de mandatários é essencial para o empoderamento do processo e para que decisões políticas significativas sejam tomadas. A recente vitória de Donald Trump nas eleições americanas adiciona uma camada de incerteza, já que o republicano é conhecido por negar as mudanças climáticas e cogitar a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
Os desafios climáticos que o mundo enfrenta continuam a crescer. O Observatório Copérnico da União Europeia prevê que 2024 será o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias globais superando pela primeira vez em um grau Celsius os níveis pré-industriais. Durante a 29ª Conferência do Clima da ONU, serão abordados temas cruciais como adaptação às mudanças climáticas, metas de emissões, financiamento climático, transição energética e combustíveis fósseis. Este último ponto é particularmente controverso, pois as discussões ambientais são frequentemente influenciadas por interesses econômicos e geopolíticos.
De acordo com Carlos, o Brasil, por exemplo, enfrenta um dilema significativo. Embora seja um país rico em biodiversidade e florestas tropicais, também busca se tornar o quarto maior produtor de petróleo do mundo. Essa dualidade reflete a dificuldade em equilibrar o desenvolvimento econômico com a responsabilidade ambiental. A incapacidade de reduzir a temperatura global ou manter a estabilidade climática expõe a ineficiência dos países em cumprir o Acordo de Paris.
Publicado por Luisa Cardoso