São Paulo — O sequestro do ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca completa um ano, nesta terça-feira (17/12). O ex-atleta — ídolo de Corinthians, Brasiliense e com passagens por Flamengo e Santos, entre outros clubes — foi feito refém junto com uma amiga, após sair do show Tardezinha, do cantor de pagode Thiaguinho, realizado no estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo.
A polícia acredita que, no total, dez suspeitos tenham envolvimento no sequestro. Seis dos sete acusados pelo crime já foram condenados pela Justiça e outras três pessoas ainda estão sendo investigadas.
O dia do crime
No dia do sequestro, após sair do evento musical, o ex-jogador passou na casa da amiga, chamada de Thaís. Ele pretendia presenteá-la com ingressos para o show do dia seguinte, visto que ela é fã do cantor.
De acordo com o boletim de ocorrência (B.O.), Marcelinho estacionou o carro a uma quadra da casa da amiga, na Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, para não chamar muita atenção. Na saída, os dois perceberam a aproximação de três criminosos e tentaram se esconder. Eles tentaram se abaixar na Mercedes Benz CLA 250 do ex-jogador, mas foram descobertos pelos sequestradores.
O ídolo corintiano contou em depoimento que se apresentou aos sequestradores, mas foi atingido por uma coronhada no olho esquerdo no momento seguinte. Os bandidos teriam usado o carro para dar algumas voltas em um baile funk, antes de levar os dois até o cativeiro, localizado na Rua Ferraz de Vasconcelos, também em Itaquaquecetuba.
Posteriormente, o carro foi abandonado em outra rua, local onde, horas depois, foi recuperado por policiais militares. Uma arma de airsoft também foi encontrada dentro do veículo.
Vídeo em cativeiro e “pista falsa”
Marcelinho contou que foi obrigado pelos sequestradores a gravar um vídeo junto com a amiga, no qual dizia que ele e a mulher tinham um caso e que teriam sido sequestrados por vingança. A polícia acredita que a ideia dos suspeitos era criar uma pista falsa.
O celular de Marcelinho chegou a ser usado pelos sequestradores para extorquir familiares.
Uma denúncia anônima alertou a Polícia Militar sobre a localização do cativeiro. Na tarde seguinte à denúncia, os agentes invadiram o lugar. Uma mulher chegou a ser presa em flagrante, mas foi solta por falta de elementos suficientes.
Condenações
Pouco mais de nove meses depois do sequestro, a Justiça condenou seis dos sete réus:
- Caio Pereira da Silva – condenado a 28 anos, cinco meses e 10 dias
- Jones Ferreira, Wadson Fernades Santos e Eliane Amorim- condenados a 24 anos e quatro meses
- Thaunnata Lopes dos Santos e Camily Novais da Silva – condenadas a 21 anos e quatro meses
A sentença do juiz Sérgio Cedano, da Vara Criminal do Fórum de Itaquaquecetuba, concluiu que Caio e Jones praticaram associação criminosa, roubo com uso de arma de fogo e extorsão mediante sequestro.
Wadson e Eliane foram condenados por prática de associação criminosa, extorsão mediante sequestro com uso de arma de fogo, estelionato e lavagem de dinheiro. Thaunnata e Camily também responderam pelos mesmos crimes, exceto lavagem de dinheiro.
O sétimo réu, Matheus Cândido da Costa, ainda não recebeu pena porque estava foragido e só foi preso em agosto deste ano.
Outros três suspeitos estão presos e são investigados por envolvimento no sequestro.