Não são apenas os ministérios do governo Lula que enfrentam dificuldades orçamentárias. Uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) proibiu até mesmo o uso de ar-condicionado por falta de recursos.
A coluna teve acesso a um e-mail enviado aos funcionários da Embrapa Gado de Leite por Jorge Fernando Pereira, chefe geral em exercÃcio da unidade, tratando de atrasos em contas como água, energia e serviços de limpeza.
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Unidade da Embrapa proÃbe ar condicionado por falta de dinheiro
Reprodução / Direção Concursos
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Sede da Embrapa
Divulgação/ Embrapa
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Sede da Embrapa
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Na mensagem, o chefe da unidade informa que “não recebeu os recursos orçamentários suplementares necessários para o fechamento das contas do exercÃcio de 2024” e que isso impactou nos contratos de manutenção da Embrapa.
Além disso, ele explica que, como o Congresso não votou o projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, o governo está autorizado a realizar apenas despesas consideradas essenciais ou obrigatórias.
“Em função deste cenário, algumas medidas de contenção de despesas estão sendo tomadas na nossa unidade para a redução drástica dos custos, visando permitir a quitação dos débitos existentes e a manutenção da rotina da unidade com o objetivo de preservar ao máximo as pesquisas em andamento”, diz a mensagem.
Dentre as medidas, está a proibição de utilização de aparelhos de ar-condicionado, suspensão temporária de serviços e a renegociação de dÃvidas com as empresas contratadas pela unidade.
Penduricalho de R$ 1 milhão
Como mostrou o Metrópoles na coluna do jornalista Tácio Lorran, a Embrapa paga um penduricalho, até então desconhecido pelo público em geral, que chega a R$ 1 milhão por empregado.
Tecnicamente chamada de licença especial, a gratificação é concedida aos funcionários admitidos até o dia 24 de abril de 1998. Na prática, o empregado pode usufruir dos dias de descanso ou “vendê-los”, convertendo a licença em dinheiro. Isso pode ser feito de forma fracionada. Quem já tem 10 anos de Embrapa tem direito a 150 dias corridos. Depois desse prazo, é necessário acumular mais cinco anos de trabalho na instituição para ter direito a 90 dias consecutivos.
Do total de 7.556 empregados da Embrapa, 2.985 têm direito à licença especial. Esse número corresponde a 40% do quadro de funcionários da empresa.
Dados obtidos pela coluna Tácio Lorran via Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam que a Embrapa pagou R$ 78 milhões em licença especial no perÃodo de quatro anos, de outubro de 2020 a setembro de 2024. Por ano, o gasto chega a R$ 25 milhões.
O que diz a Embrapa
A coluna procurou a Embrapa para entender a dificuldade orçamentária da unidade Gado de Leite e se isso afeta outras unidades.