Em sua casa, Didi Wagner tem uma prateleira cheia de guias de turismo sobre as cidades e os países para os quais viajou. “É quase um companheiro de viagem”, diz a apresentadora do Multishow ao Metrópoles. “Quando eu viajo para gravar uma nova temporada [do programa Lugar (In)Comum], eu sempre compro um guia. É uma tradição e vira uma espécie de souvenir, que marca um lugar e um momento.”
Ao lado de publicações sobre Tóquio, Barcelona, Paris, Didi abriu um espaço para “Minha São Paulo”, seu guia de turismo sobre a cidade em que nasceu, lançado pela editora Record neste mês. Escrever uma publicação com dicas de viagem não é uma novidade para a ex-modelo. Em 2014, Didi lançou “Minha Nova York” pela editora Pulp.
A edição paulistana de suas dicas, ou “didicas”, como prefere chamar suas indicações, tem 400 páginas e uma versão resumida em inglês. O texto do guia segue a informalidade que Didi apresenta em seu programa de TV. Quem caminhar com o guia debaixo do braço, ao ler os verbetes, vai conseguir ouvir a Didi falando. Quer um exemplo? Veja esse trechinho sobre o Museu Judaico:
“Dá para ir a pé do museu até o parque Augusta — um belo ‘combo’ de programa cultural e passeio ao ar livre. Mas vale lembrar que a região ali no entorno do museu não é das mais seguras, então cuide bem dos seus pertences.”
Os textos dos verbetes são francos, Didi não esconde muito menos floreia a cidade em que vivi. Ao falar sobre a Catedral da Sé, por exemplo, expõe os problemas sociais que são vistos no local – como pessoas dormindo na rua e pedindo esmola. A apresentadora também ressalva que a publicação não tem a pretensão de de indicar tudo que tem para fazer na capital. “O guia se chama ‘Minha São Paulo’, é um recorte”, ressalta. “Abarcar uma cidade deste tamanho inteira é uma missão quase impossível.”
Para escrever os mais de 400 verbetes, Didi contou com a ajuda dos jornalistas Nô Mello e Chantal Sordi. Além da seleção de atrações culturais, restaurantes e hotéis, indicações obrigatórias em qualquer guia de turismo, a autora indicou endereços de spas para relaxar, clínicas de estéticas, cabeleireiros e até um estúdio de tatuagem.
Didi também não classifica suas indicações de melhor para pior, como costumam fazer as publicações mais tradicionais. Os locais, dentro de cada especialidade, estão organizados em ordem alfabética. Só o fato de estarem ali indicados é um sinal, para a autora, de que vale a visita dos leitores.
Confira os principais trechos da entrevista:
Em uma época em que todo mundo tem tanta informação à disposição na palma da mão com o celular, por que fazer um guia de papel?
Eu mesma fiquei me perguntando sobre isso. O formato livro tem muito valor, ter um guia em mão, físico, para consultar propõem uma experiência diferente da informação compartilhada de forma digital – que também tem seu valor. Eu já tinha feito no mesmo formato o “Minha Nova York”. Na hora de pensar sobre esse projeto, entendi que também tinha de ser um guia impresso. Mas claro que ele pode se desdobrar em formatos digitais, um portal, um aplicativo… Consultar um guia impresso te permite ter outra interação, como ticar os lugares que você foi, riscar. Na seção de pizzarias, por exemplo, deixamos um espaço para as pessoas colocarem ali seus estabelecimentos favoritos.
Você viaja muito a lazer e a trabalho. Qual o papel do guia de turismo nas suas viagens?
Eu tenho uma mini biblioteca aqui em casa com uma prateleira inteira dedicada a guias de viagem. É uma coisa que eu sempre consumi. Tenho publicações sobre Tóquio, Rússia, Roma, Barcelona, Tailândia, Istambul, Portugal, França, Ilha de Páscoa e muitos outros lugares. Eu sinto o guia quase como um companheiro de viagem, sabe? Tenho confiança na informação que ele me dá. Gosto de olhar as informações organizadas em um capítulo. Quando a gente viaja para fazer o Lugar (In)comum, tem um roteiro já, alguns até com o texto que eu tenho de dizer. Mas muitas vezes eu dou uma improvisada com alguma informação que peguei em um desses guias que me acompanharam.
Você já tem um guia sobre Nova York, agora lança outro sobre São Paulo, já pensou em lançar uma coleção com publicações sobre outras cidades?
Eu adoraria, mas acho que não tenho tanto repertório assim. Minha relação com São Paulo é muito íntima, eu nasci e moro aqui. Com Nova York também, morei lá muitos anos. Inclusive tenho vontade de fazer uma nova edição do “Minha Nova York”. Mas eu não tenho nenhuma relação tão forte com outras cidades do mundo. Tenho, no entanto, ideias de outros projetos. Eu gostaria de fazer algo sobre os meus “lugares incomuns”, contando um pouquinho sobre as diferentes cidades que visitei durante o programa.
Como você espera que as pessoas usem o seu guia?
Eu espero que o guia sirva tanto a turistas quanto a moradores. Tenho muitos amigos que moram aqui e me pedem dicas porque estão cansados de ir sempre aos mesmos lugares. Quando fiz a seleção, procurei escolher por locais tradicionais, fortes no cenário paulistano e que eu acredito que são estabelecimentos que terão uma vida longa. Para guia também ter uma vida útil maior.
Minha São Paulo: Um guia com Didicas da cidade, de Didi Wagner. Ed. Record, 400 págs. R$ 89,90
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