Agricultores indignados estão planejando se deslocar para a capital Paris neste domingo (5/1), muitos deles em tratores, em resposta a um chamado de uma dos principais sindicatos agrícolas da França. O grupo de manifestantes tem uma reunião com o primeiro-ministro francês François Bayrou no dia 13 de janeiro, mas eles consideram a data “muito distante” dada a “urgência” de suas reivindicações.
Os agricultores enfurecidos, reconhecíveis por seus chapéus amarelos, estão ameaçando bloquear o acesso à capital nesse dia de tráfego intenso ligado ao retorno das férias de Natal.
As autoridades de segurança de Paris e Val-de-Marne proibiram “todas as reuniões não declaradas” no centro de Paris e perto do mercado de Rungis (um dos maiores mercados da França) das 18h deste domingo até o meio-dia de segunda-feira, hora local.
A comunidade agrícola da França pede a aplicação de medidas cuja implementação foi retardada pela instabilidade política causada pela dissolução da Assembleia Nacional e pela subsequente censura ao governo do ex-premiê Michel Barnier.
Mercosul, a pedra no sapato dos agricultores franceses
As exigências dos sindicatos incluem o fim da transposição excessiva de padrões e um melhor controle das importações.
Os agricultores também estão preocupados com a assinatura do Mercosul, um acordo de livre comércio entre a União Europeia e cinco países latino-americanos, incluindo Brasil e Argentina.
A França se opõe aos termos atuais desse texto, que deve ser ratificado antes de entrar em vigor.
A minuta é “inaceitável em sua forma atual”, disse o presidente francês Emmanuel Macron, que expressou reservas quanto ao impacto sobre a agricultura e o meio ambiente franceses.
A mobilização agrícola na França ocorre antes do lançamento, na terça-feira, da campanha oficial para as eleições das câmaras de agricultura. A votação, programada para a segunda quinzena de janeiro, determinará o novo equilíbrio de poder entre os sindicatos.
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