InícioNotíciasPolicialAlba inicia atividades enquanto Jerônimo costura relação entre Executivo e Legislativo

Alba inicia atividades enquanto Jerônimo costura relação entre Executivo e Legislativo

Uma sessão solene na manhã desta sexta-feira (3), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador, marcou o início dos trabalhos parlamentares da 20ª Legislatura baiana. Como prevê o rito, o momento contou com a presença do governador, além de secretários e secretárias de Estado e autoridades do Poder Judiciário. A cerimônia foi presidida por Adolfo Menezes (PSD), deputado reconduzido à Presidência da Casa para o biênio 2023-2024.

Essa foi a segunda visita de Jerônimo à Casa legislativa nesta semana. A primeira ocorreu na quarta-feira (1) durante a cerimônia de posse dos 63 deputados eleitos. Classificada pelo próprio governador como uma simples “retribuição” a atenção dada pelos deputados, que também prestigiaram sua posse, a presença do chefe do Executivo na ocasião foi uma inovação do atual gestor. 

No jogo da política, no entanto, a insistente proximidade com a Alba não é mera gentileza, já que nos bastidores ainda se negocia a ampliação da bancada governista, que ventila a possibilidade de atrair até mesmo nomes entre os eleitos pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

No mesmo tom, outro aspecto importante, e que se mostra como desafio do novo gestor, é a construção efetiva de uma relação com a Casa e até com a própria base governista. Das heranças do seu antecessor, Rui Costa (PT) , a falta de diálogo e o trato impositivo com os dos atores do Legislativo é uma das grandes mazelas. Jerônimo, no entanto vem demonstrando disposição para melhorar a situação, tanto que a Secretaria de Relações Institucionais (Serin) retomará na sua estrutura organizacional a figura do coordenador de assuntos parlamentares. 

“A gente realmente acredita que a relação há de melhorar. O outro era bem complicado”, disse entre risos e olhares de cautela um dos mais antigos deputados petistas na Casa. “Acredito que só veremos ação concreta [do novo governo] no segundo semestre. Neste momento Jerônimo está cuidando da parte política, acomodando os anseios da base. Um coisa que Rui pouco se preocupada”, avaliou o mesmo parlamentar.

Passados 30 dias desde a posse, o governo Jerônimo tem demonstrado dificuldade de apresentar planejamentos reais sobre as áreas de atuação, mesmo sendo uma gestão de continuidade, e de executar diretrizes de trabalho aparentemente definidas. Nos bastidores, uma das explicações para a situação é a escolha por pautar as ações locais em similaridade às demandas priorizadas pelo governo federal. 

Mensagem ao Legislativo

Nesta sexta, ao iniciar a leitura da mensagem ao Legislativo, Jerônimo voltou a recorrer ao discurso de reconstrução nacional, assim como fez ao longo da campanha eleitoral ao alinhar sua imagem à do então candidato Lula (PT), eleito para o terceiro mandato. No que tange à Bahia, o gestor local garantiu que irá “colaborar com o novo patamar de civilidade no Brasil”. Apontou, sobretudo, para a superação das posturas extremas. “No Brasil, não há lugar para episódios como os do último 8 de janeiro”, disse em alusão aos ataques às sedes do Poderes em Brasília, agenciados por bolsonaristas.

O gestor disse ter eleito como prioridades junto ao governo federal o combate à fome, que, inclusive, deverá o tema do primeiro projeto do Executivo a ser enviado à Alba – mas ainda sem data -, assim como a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), construção do Porto Sul em Ilhéus e a reativação da Ferrovia Centro-Atlântica.  

Prometeu ainda buscar investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura portuária da Baía de Todos os Santos, assim como garantir a viabilidade do Estaleiro do Paraguaçu e a construção da famigerada ponte Salvador-Itaparica. Presente na cerimônia, o secretário de Infraestrutura, Sérgio Brito (PSD), prometeu que no primeiro semestre de 2024 os canteiros de obras já estarão instalados. 

O chefe do Executivo citou também investimentos na área da educação, que deverá dar conta do avanço de programas de alfabetização de jovens e adultos, modernização física de unidades escolares e ampliação do ensino de tempo integral. Atualmente, 404 escolas estaduais, em 276 municípios, funcionam sobre o regime integral, segundo a comunicação governamental. 

Diante dos deputados, Jerônimo prometeu aprofundar os investimentos na segurança pública, “tanto para expandir e aperfeiçoar a estrutura física das unidades das nossas polícias, quanto para ampliar a cobertura tecnológica de monitoramento e inteligência”. 

Adolfo Menezes quebra silêncio e fala sobre indicação de Aline Peixoto ao TCM
Segue na Casa legislativa a agitação em torno da indicação para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM). Em sua primeira fala sobre o tema, o presidente Adolfo Menezes negou que seja parte de qualquer movimento para emplacar a ex-primeira-dama, esposa do ministro Rui Costa (PT), no cargo.  

“Quanto à indicação, os nomes é direito a qualquer pessoa, mas nem votar como presidente eu posso votar. E também o ministro Rui Costa nem o governador não falaram nada até agora comigo”, disse Menezes ao ser questionado pela imprensa.

Na quarta-feira (1), as posturas entre membros da oposição e situação foram diferentes em relação ao assunto. Enquanto o líder oposicionista, Alan Sanches (UB) disse não acreditar que a escolha do nome da ex-primeira-dama se concretize, os nomes ligados ao ex-governador seguem em silêncio em sua maioria. 

A única a quebrar o gelo durante a tarde de ontem foi a deputada Fabíola Mansur (PSB). A parlamentar enfatizou o apoio, defendendo inclusive o fato de ser a única mulher na concorrência. Para além, defendeu que a Casa faça o seu papel no processo, efetivando a sabatina, a avaliação de currículo e a atenção a todos os trâmites que cumpram a garantia das prerrogativas para o cargo, a ser o notório saber jurídico e idoneidade moral. Aline é enfermeira de formação e já atuou como gestora.

Questionado sobre a indicação de Aline e possíveis crises ao PT, Jerônimo não opinou. Limitou-se a enfatizar que é uma decisão da Alba e que ele, enquanto gestor, irá respeitar.

Outros possíveis concorrentes para o cargo são o ex-deputado Marcelo Nilo, que apresentou seu nome aos membros da bancada de oposição, e o deputado Fabrício Falcão.
 

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