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Amigo de jovem que morreu afogado após pular de ferry tentou impedi-lo: ‘Não precisa’

Em meio a muitas lágrimas, aplausos e músicas de louvor, foi sepultado, nesta terça-feira (28), no Cemitério Parque Bosque da Paz, o corpo de Ícaro Rodrigo Teles Carvalho, de 19 anos, vítima de afogamento após ter pulado de um ferryboat no sábado (25). O caso aconteceu próximo ao terminal Bom Despacho, na chegada à Ilha de Itaparica.

Segundo a Polícia Civil, o jovem pulou da embarcação com um amigo e tinha a intenção de chegar à terra nadando, porém desapareceu. O corpo foi encontrado na segunda-feira (27) pelos bombeiros. As centenas de pessoas que foram se despedir de Ícaro pareciam incrédulas.

De dentro da sala, ouviu-se o desespero da mãe, que não saía de perto do caixão do jovem: ‘Meu filho era um filho maravilhoso, obediente, que honrava seus pais’. Religiosa, ela suplicava ajuda divina para superar aquele momento de dor. ‘Me ajude, Deus!’

Ícaro era o mais velho de três irmãos. Mesmo emocionado, o pai, o vigilante Wellington Sales, 50, conseguiu atender a imprensa. Segundo ele, no momento do ocorrido, o rapaz estava indo a Barra Grande, encontrar sua família, que desde o Carnaval estava na casa de veraneio que possui.

“Ele não pôde ir [antes] devido ao trabalho. Quando foi esse fim de semana, ele desceu, pra passar esses últimos dois dias com a gente”, contou Wellington, que disse, ainda, que foi a primeira vez que seu filho experimentou saltar de um ferryboat.

“Ele nunca foi de fazer isso. […] Infelizmente, ele tomou uma atitude impensada, sem medir as consequências”, lamentou o pai. A informação foi reiterada por um dos dois amigos que estavam com Ícaro no ferryboat, o estudante Nícolas Falcão, 21. O outro jovem, muito abalado, mal conseguia falar.

De acordo com Nícolas, que decidiu ficar na embarcação, ele, por ser o mais velho, até tinha tentado impedir os outros dois de pular no mar. “Eu falei: ‘Não precisa’”, relatou o jovem, que acredita que deveria ter sido mais incisivo.

Moradores do bairro Fazenda Grande III, ele e Ícaro, além de vizinhos, nutriam um relacionamento de amizade desde a infância. “A gente andava muito junto, jogava bola junto… Era uma relação, honestamente, de irmandade; superava uma relação sanguínea”, revelou Nícolas.

Concessionária ainda aguarda confirmação
Procurada, a Internacional Travessias Salvador (ITS), responsável pela operação do sistema ferryboat, não emitiu posicionamento até a publicação da matéria. A concessionária afirmou que aguarda confirmação, por parte da polícia, de que Ícaro pulou da embarcação, para emitir uma nota.

A reportagem solicitou à ITS um levantamento de outros casos do tipo e de que distância em relação ao terminal isso costuma acontecer. A empresa, no entanto, não forneceu os dados. Mesmo assim, disse que a prática é proibida e que os terminais contam com placas de sinalização, a fim de alertar os passageiros nesse sentido.

Segundo caso em dois meses
Esse foi o segundo caso noticiado pelo CORREIO em dois meses. Em 3 de janeiro, um passageiro também pulou no mar durante a travessia de ferryboat entre Salvador e Bom Despacho. Como o homem resistiu ao resgate, a embarcação precisou se deslocar até o ponto de onde ele tinha saltado, o que atrasou a viagem e irritou outros passageiros.

À época, a ITS informou que o incidente ocorreu ‘sem maiores consequências’. “A pessoa foi resgatada, e a viagem seguiu com ele para Bom Despacho.”

Riscos
Embora acredite que a altura do ferry não seja suficiente para provocar a morte de uma pessoa, o físico Felipe Trotte afirma que existem outros perigos envolvidos. “No geral, eu diria que os principais perigos são: afogamento, contato direto com as hélices das balsas e o fato de você estar no meio do mar, sem absolutamente nenhum local próximo, para nadar.”

Em outras circunstâncias, porém, o impacto com a água, sozinho, poderia ser capaz de levar alguém a óbito. “Quando há a colisão da pessoa com a água, é gerada uma pressão proveniente da força de arrasto e que age nessa pessoa”, explica Trotte. “Essa força depende de alguns fatores: a velocidade com que a pessoa colidiu; a área de contato da colisão; e a densidade do fluido”, indica o físico.

“Esse é o motivo, também, pelo qual mergulhadores, ao saltarem de lugares muito altos, o fazem com os pés estirados ou com as mãos e a cabeça em direção à água. Isso minimiza a área de contato e, assim, a pressão proveniente da força de arrasto exercida sobre o corpo se torna menor”, complementa ele.

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