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Ao chamar impeachment de golpe, Lula afasta centro-direita e coloca paz com STF em risco

Parlamentares repercutiram a fala de forma negativa e cobraram um posicionamento de ministros da Suprema Corte

MATEUS BONOMI/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO – 19/01/2023

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva participa de reunião com reitores federais no dia 19 de janeiro

Políticos reagiram de forma negativa à decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, como um “golpe de estado”. A denominação havia sido usada em sites oficiais do governo e foi repetida pelo presidente durante suas viagens oficiais à Argentina e Uruguai. O posicionamento do petista não agradou alguns parlamentares, principalmente os da centro-direita política, gerando um clima de oposição ao atual mandatário. Com a repercussão da fala, muitos políticos decidiram se pronunciar sobre a escolha de palavras de Lula e cobrar um posicionamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Infelizmente é preciso repetir. Quem chama o Impeachment de Dilma de Golpe ataca a democracia no Brasil, o Congresso e o STF. É um discurso extremista e incentiva o ataque a instituições”, escreveu nas redes sociais o perfil do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). “Agora o Lula tá atacando as instituições falando que o impeachment foi golpe. O STF vai ficar só olhando?”, escreveu o perfil do Movimento Brasil Livre. O ex-presidente Michel Temer, que sucedeu Dilma após o impeachment, também se posicionou sobre o assunto: “Mesmo tendo vencido as eleições para cuidar do futuro do Brasil, o presidente Luis Inacio Lula da Silva parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas. Ao contrário do que ele disse hoje em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição”, argumentou.

“Lula, classificando o impeachment de Dilma como golpe de Estado, relativizando ditaduras, afirmando que empreendedor não trabalha e colocando o BNDES para financiar outros países, parece disposto a retribuir o favor”, disse o ex-presidente do Partido Novo, João Amoêdo. O deputado federal Carlos Jordy (PL) declarou que: “Lula tenta reescrever a história, fomentando a narrativa de golpe contra Dilma. Esse é o sujeito que disse que queria pacificar o Brasil: promovendo um ataque institucional e ao processo legítimo de impeachment que teve apoio da maioria esmagadora da população. O amor venceu!”. Já Ubiratan Sanderson (PL) defendeu a interrupção no mandato do atual mandatário, opinando que a fala atenta contra o Legislativo e o Judiciário. “Ao afirmar em discurso oficial e público que o impeachment de Dilma foi um golpe de Estado, Lula atenta contra os Poderes e contra a Constituição Federal, situação que por si só impõe a abertura de impeachment pela flagrante prática de crime de responsabilidade“, disse o congressista. A manifestação de Sanderson refere-se às falas de Lula dadas nos países vizinhos.

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