O número de manifestações realizadas na Esplanada dos Ministérios, ponto tradicional para protestos no Distrito Federal, caiu drasticamente após o fatídico 8 de Janeiro. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes, e entraram em confronto violento com as forças de segurança na tentativa de instaurar um golpe de Estado em 8/1 de 2023. Depois disso, a quantidade de manifestações caiu cerca de 60% em relação ao primeiro ano de governo de Bolsonaro.
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Manifestante bolsonarista é preso na Esplanada dos Ministérios Matheus Veloso/Metrópoles
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Durante invasão dos Três Poderes, manifestantes pediam golpe militar Matheus Veloso/Metrópoles
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Dados obtidos pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI) apontam 134 manifestações na Esplanada dos Ministérios de Brasília em 2023, de janeiro a novembro. Em 2019, foram 363 protestos. Isso representa uma queda de 63%, porcentagem que pode sofrer pequena alteração com os números fechados deste ano, contabilizando dezembro.
No ano das 363 manifestações na Esplanada, Bolsonaro assumiu a Presidência da República e apoiadores foram instigados a participar de “protestos favoráveis ao governo”. A mobilização popular era usada pelo mandatário do PL para reforçar a ideia de que resultados da urnas que não o elegesse poderiam ser fraudados, como o ex-presidente já sugeriu diversas, sem provas concretas.
Na última sexta-feira (15/12), por exemplo, Bolsonaro levantou novas dúvidas sobre o processo eleitoral, dizendo que é “a primeira vez na história que a gente vê um presidente eleito sem povo”. Em fevereiro deste ano, ele fez nova comparação entre apoio nas ruas e eleição, citando que é recebido por multidões, mas “pelo menos diante do TSE”, não conseguiu ser reeleito.
Tentativa de retorno às ruas Até mesmo no primeiro ano da pandemia, 2020, o número de manifestações foi maior do que o registrado até novembro de 2023. Foram 138 atos na Esplanada, no segundo ano de governo de Bolsonaro, enquanto o primeiro ano de governo de Lula (PT) tem, até os últimos registros, 4 protestos a menos.
A tentativa da direita de tomar as ruas para criticar e pedir mudanças – mas não acabar com o mesmo fim do 8 de Janeiro, quando mais de mil “patriotas” foram presos – vem sendo vista no fim deste ano. Em 10 de dezembro, vários políticos com influência no bolsonarismo convocaram para um ato em Brasília, contra a indicação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), e pelo pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da suprema corte Alexandre de Moraes.
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Bolsonaristas se concentram no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Bolsonaristas se concentram no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional. A pauta dos manifestantes inclui críticas à atuação de Alexandre de Moraes e ao governo Lula Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Manifestante pró-Bolsonaro na Esplanada Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Manifestante pró-Bolsonaro com bandeira no rosto Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Manifestante pró-Bolsonaro segura bandeira do Brasil Vinícius Schmidt/Metrópoles
O evento serviu como “teste” de força popular depois dos ataques antidemocráticos. Houve até convocação para o ato com vídeo da família de Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, o “Clezão”, patriota preso por atos do 8/1 que faleceu em 20 de novembro no Complexo Penitenciário da Papuda. Mas a manifestação não mobilizou grande público.