Uma camiseta enorme com o número de Messi zanzava de um lado para o outro no céu da cidade de Rosario, onde o craque cresceu. Por onde passava, as pessoas faziam continência, se emocionavam e até cantavam o hino. Os argentinos foram ao delírio com a classificação para a final da Copa do Mundo do Catar. Na capital, Buenos Aires, a área em torno ao Obelisco ficou lotada, se transformando em um mar de gente, após o apito final.
“Devemos a eles esses momentos inesquecíveis da nossa história”, dizia Luciana Saponara, 57, trabalhadora de uma das casas do bairro nobre de Núñez, que saiu mais cedo do trabalho para ver o jogo entre Argentina e Croácia, pela semifinal da Copa do Mundo – que terminou com goleada dos hermanos.
No espaço reservado para a torcida em Palermo, a Fan Fest, não cabia uma agulha, em uma tarde em que a temperatura atingia os 34 graus.
Diferentemente de jogos anteriores, logo cedo a região do Obelisco começou a encher de fãs. O local marca as grandes celebrações políticas e esportivas do país. Foi lá, por exemplo, que os argentinos comemoraram o título da Copa América contra o Brasil.
Torcedores começaram a chegar tão logo Messi abriu o placar, em cobrança perfeita de pênalti ainda no primeiro tempo.
Aos poucos, a praça do Obelisco se transformou em um mar de gente, a maioria usando camisetas da seleção ou com a bandeira branca e celeste. Havia torcedores nos postes, colocando a bandeira argentina sobre as placas dos nomes das ruas.
Famílias caminhavam com crianças de colo enquanto adolescentes chegavam em bando, com perucas com as cores da seleção. Mesmo quem estava na Fan Fest de Palermo rumou para o centro, de ônibus ou caminhando.
A polícia fechou algumas vias para que o público pudesse chegar ao redor do monumento mais rápido. Uma multidão não tomava o Obelisco assim desde a morte de Maradona, há dois anos. O ídolo, aliás, estava estampado em camisetas e presente nas canções dos torcedores.
Em outras cidades da Argentina, os torcedores também se reuniram para comemorar.
Elogios para Julián Álvarez
Se até aqui o goleiro Emiliano Martínez e Leo Messi, claro, eram as figuras mais celebradas, o nome da tarde foi Julián Álvarez. O atacante do Manchester City, ex-River-Plate, sofreu o pênalti que abriu o placar e fez os outros dois gols na vitória por 3 a 0.
A festa já havia começado antes do fim do jogo, quando gritos de “finalista”, “finalista” tomou todos os pontos de concentração entre os torcedores.
Na Fan Fest de Palermo, os espectadores só começaram a se mover depois do apito final. “Valeram todas as mandingas, estamos na final, agora vou para casa comemorar com meus pais.
Será o primeiro Mundial que a Argentina ganha com todos morando aqui em Buenos Aires”, festejava o estudante Roberto Donioso, 24, suado, sem camisa e quase se voz.