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‘As pessoas querem o Bahia de 1988. Vai ser daqui a um, dois, três anos’, diz Paiva

O Bahia produziu mais, teve maior posse de bola e finalizou mais que o Internacional. Mas os números não se transformaram em resultado, e o tricolor saiu com a derrota por 2×0 do Beira-Rio, neste domingo (28), pela 8ª rodada da Série A. Foi o quinto jogo seguido sem ganhar, entre o Brasileirão e a Copa do Brasil.

Ao fim da partida, o técnico Renato Paiva lamentou a ineficácia ofensiva do Esquadrão. Para o treinador, o Bahia esteve melhor em campo, mas, mais uma vez, não conseguiu sair com o triunfo. Com o revés, a equipe estaciona nos 7 pontos e fica na porta da zona de rebaixamento, na 16ª colocação. Está à frente do Goiás apenas por ter maior saldo de gols.

“O jogo é muito fácil de explicar. Mais um capítulo da história que tem sido na maior parte dos nossos jogos no campeonato. O Bahia é melhor que o adversário em praticamente todos os momentos do jogo. Marcos Felipe não fez uma defesa. No ofensivo, creio que geramos momentos de contra-ataque, da transição ofensiva. O Bahia, acho que é inegável, foi a melhor equipe. Menos no marcar gols. É evidente que os resultados se fazem marcando gols, e nós não marcamos gols”, afirmou.

Johnny e Wanderson marcaram os gols do Internacional nas únicas duas finalizações que o rival teve na direção do gol. Um cenário que foi lamentado por Paiva.

“Na primeira vez em que o adversário chega à nossa baliza com perigo, faz o gol. Depois, na segunda. Acabamos penalizados. Essa derrota, na minha opinião, por aquilo que fizemos, pela forma como estivemos em campo… Não gosto de dizer injusta, porque o justo é para quem marca gols. Ineficácia da nossa parte, eficácia, mais uma vez, do adversário”, falou.

“O Bahia nunca ganhou aqui, e, se não ganhou hoje, também não sei quando vai ganhar. Fica uma sensação inexplicável. O vestiário ficou “revoltado” pelo que fez e pelo resultado. Mas os pontos se ganham ao fazer gols, e nós não fizemos”, completou.

Paiva minimizou o fato de o tricolor aparecer colado no Z4. Para o técnico, o Brasileirão ainda está em fase inicial e, portanto, ainda não é hora de se preocupar com uma posição ao fim da tabela. O comandante voltou a falar em evolução no trabalho, e disse ver o Bahia competindo pelo topo da Série A  em alguns anos.

“É trabalhar. Eu acho que ficou claro. com uma semana limpa de trabalho, minha equipe esteve em campo. Não se deve perder. Pode perder? Pode. Quando o adversário faz mais gols que você. Estamos na 8ª rodada. Subimos de divisão, jogamos em um campo que nunca se ganhou. Estamos começando um projeto novo. As pessoas querem o Bahia de 1988. Não é assim. Vai ser daqui a algum tempo. Um, dois, três anos. Com esse projeto que está aqui, vai andar lá em cima. Não é já. Se fosse já, seria um milagre com 20 jogadores novos”, falou.

“Perdemos para o Bragantino onde nunca se ganhou, para o líder Botafogo, para o Flamengo da forma que perdemos, para o Santos, no pior jogo da temporada. Para mim, nenhum adversário foi superior a nós, a não ser o Santos e o Red Bull Bragantino em algum momento. Nos outros, olhos nos olhos, algumas vezes melhor, algumas vezes pior. É isso que tenho que analisar como treinador. Na Fonte Nova, no último jogo, Everaldo errou passe, a torcida caiu em cima. Passou um pouco, Everaldo fez 1×0. Esses picos de emoção são para torcida, não para mim. Everaldo não pode ser extraordinário na segunda-feira e ser horrível na quarta. Isso leva a despedir jogadores, treinadores, quando a irracionalidade está na análise. [Os torcedores] podem ficar tristes com resultados, mas peço que olhem o que a equipe está fazendo em campo e continuem acreditando. A equipe vai dar a volta por cima”, completou.

Contra o Internacional, Paiva optou pela volta da formação com dois atacantes, com apenas Biel e Everaldo à frente – Ademir começou no banco. De volta após cumprir suspensão, Rezende retornou ao meio-campo, e Kanu, à zaga. O comandante ainda escolheu Chávez no lugar de Ryan.

O treinador explicou as mudanças, ressaltando que tiveram relação com a partida contra o Santos, pela Copa do Brasil. O Bahia recebe o Peixe nesta quarta-feira (31), às 19h, na Arena Fonte Nova, pelo jogo de volta das oitavas de final. Após as equipes empatarem em 0x0 na ida, quem vencer avança às quartas. Em caso de nova igualdade, a classificação sairá nas cobranças de pênaltis.

“As mudanças são em função de uma semana com três jogos, que entendo que preciso fazer. Na Copa do Brasil, preciso de gente fresca, por ser um jogo de mata-mata. Como Thaciano não pode jogar a Copa, hoje teria que jogar a maior parte do tempo. Para além de ser um jogador importante nosso. Senti Rezende muito participativo quando estávamos perdendo, no ataque, na parte ofensiva. Ele estar em campo nos gerou algumas oportunidades. Chávez e Ryan, é questão de refrescar. É isso”, explicou.

Veja outros trechos da entrevista de Renato Paiva:

Evolução
Nós estamos fazendo um trabalho de crescimento. ‘Vai dizer isso até quando?’ Até eu sentir que é necessário. A verdade é que os números indicam que estamos crescendo como equipe. Agora falta sedimentar isso, afirmar isso com gols. Meus jogadores não falham de propósito. Dou a eles todo o mérito daquilo que fazem dentro de campo. Voltar a dizer a eles outra vez, muito orgulhoso pelo trabalho que fizeram. Está nos detalhes. No primeiro tempo, não lembro de uma oportunidade do Internacional, e nós com duas. No segundo tempo, a primeira vez em que eles chegam, fazem o gol. Nós pressionamos, voltamos a ter oportunidades, falhamos uma bola em cima da linha. Olho para esses resultados, mas também para as exibições. Como melhorar isso? Continuar a jogar desta forma. Estaria preocupado se tivesse seis jogos como foi contra o Santos [na derrota por 3×0], horrível. Para o treinador, não é romantismo, é trabalho, é processo. Temos que continuar a manter esse nível de trabalho, que as bolas vão começar a entrar. Disso, não tenho dúvidas.

Jejum
São cinco jogos sem vencer, mas que, em muitos deles, não merecemos perder. Tínhamos dois jogos sem vencer, mas que eram dois jogos sem perder. Quando as pessoas olham o jogo contra o Goiás, onde fizemos um primeiro tempo ruim, mas um segundo tempo interessante… Eu ontem vi o Goiás jogar contra o São Paulo, e o São Paulo com muitas dificuldades para ganhar o jogo – mas ganha no fim. O Goiás é uma equipe de Sul-Americana, e o Bahia subiu de divisão.

Falta de preparação física do Inter
Não gosto de falar da casa dos outros, é um problema deles. É olhar para a minha equipe. Com todo respeito a Mano Menezes, acho que minha equipe foi mais competente, com exceção da eficácia. Mas não ganhou. Não gosto de olhar para a derrota apenas na vertente física. As derrotas têm vertente física, técnica, tática e psicológica. As vitórias também.

Daniel e Mugni não aproveitados
Rendimento. Acho que o Rezende tem, desde o primeiro momento que chegamos, mais que justificado a titularidade. Não só pela qualidade, como pela regularidade das exibições. Ele não consegue jogar mal. E com agravante que já jogou em duas posições, seja como zagueiro ou meia. Jacaré foi aproveitando um momento pior do Cicinho, de chegar e se adaptar. André constantemente nas seleções. O treinador cria problemas ou soluções. Vamos tentando trabalhar o Cicinho por fora. Matheus Bahia teve um tempo sem jogar. Quando voltou a jogar, teve regularidade. Saiu pela lesão. Daniel e Mugni só têm que continuar a trabalhar. Contamos com todos. Não é só fazer o trabalho deles, é ser melhor que os colegas. 

Preparação contra o Santos
[Semana cheia] serviu, ajudou. Tínhamos dividido a semana entre preparar para esse jogo e resolver detalhes que nossa equipe vai precisar. Sejam eles individuais, setoriais ou coletivos. Peço a Fonte Nova cheia. Que os torcedores olhem menos os resultados, vejam isso como uma competição diferente. Eles são importantíssimos para serem o 12º jogador na eliminatória. Vamos fazer tudo o que podemos e o que não podemos para passar. Fizemos um grande jogo em Santos para trazer a decisão para casa. Não foi possível com vitória. A única coisa que peço é apoio dos torcedores do primeiro ao último minuto. Que encham a Fonte Nova, que acreditem na equipe.

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