Jair Bolsonaro está uma fera com Valdemar da Costa Neto. E não apenas por conta dos recentes elogios do chefão do PL a Lula. Em reuniões privadas, o ex-presidente já havia reclamado da postura do dirigente em outras duas ocasiões.
Uma delas envolve homenagem de integrantes da cúpula do partido no Ceará a Flávio Dino. Casada com o presidente do PL no estado, a deputada Marta Gonçalves, também filiada à sigla, votou a favor da concessão da mais alta honraria da Assembleia Legislativa a Dino, visto como espécie de “inimigo público” do bolsonarismo.
Bolsonaro externou seu descontentamento a Valdemar, que optou por não reservar nenhuma punição ao diretório cearense. Na ocasião, o chefe do partido ponderou que a homenagem a Dino não representou uma afronta a Bolsonaro.
Outra reclamação de Bolsonaro, feita de forma ainda mais incisiva, envolve a escolha do candidato do PL à Prefeitura de Guarulhos, o segundo maior colégio eleitoral de São Paulo.
Valdemar anunciou publicamente que o partido lançaria a candidatura de Lucas Sanches, ex-MBL que pregou a neutralidade no segundo turno entre Lula e o ex-presidente. Bolsonaro, então, deixou claro que, se o dirigente insistir no movimento, não pisará em Guarulhos na eleição deste ano.
Com isso, Valdemar deve recuar e buscar um consenso com o ex-presidente, visto como o principal cabo eleitoral do partido em 2024.
No escopo das reclamações sobre o dirigente, o núcleo de Bolsonaro não poupa de críticas o marqueteiro Duda Lima, um dos mais antigos aliados de Valdemar e considerado um dos mentores políticos do chefe do PL. A avaliação é que, experiente, Duda não instruído o dirigente como deveria.
E, como consequência, as derrapadas estariam ocorrendo com frequência maior do que deveriam.