Um ataque de hackers está mantendo paralisados alguns dos maiores portos da Austrália, em Sydney, Melbourne, Brisbane e Fremantle, desde a sexta-feira (10/11). As autoridades locais informaram que as interrupções devem continuar por mais alguns dias, provocando a interrupção de cadeias de suprimentos em todo o país e, em alguns casos, afetando outras regiões do mundo.

Neste domingo (12/11), a empresa global de logística DP World, alvo da investida cibernética, informou que fez um “progresso significativo” no restabelecimento das operações de frete, depois que o acesso aos quatro portos foi limitado. Ainda assim, o sistema de TI da companhia permanece desconectado da internet. 

De acordo com a imprensa australiana, a companhia não recebeu nenhum pedido de resgate por parte dos hackers, como é comum ocorrer nessas situações. Ela afirmou ainda que não sabe qual organização foi responsável pela investida. 

30 mil contêineres  Cerca de 30 mil contêineres de mercadorias estão impedidos de entrar e sair dos terminais da DP World, segundo informou o jornal Australian Financial Review. Os navios ainda podem carregar ou descarregar, mas os caminhões não conseguem entrar nos terminais para ter acesso às mercadorias, porque os sistemas estão fora do ar.

“Embora eu entenda que há interesse em determinar quem pode ser responsável pelo incidente cibernético, nosso foco principal neste momento continua sendo resolver o problema e apoiar a DP World para restaurar suas operações”, escreveu o coordenador Nacional de Segurança Cibernética do governo australiano, Darren Goldie, na rede social X, ex- Twitter. 

A ministra de Assuntos Internos, Clare O’Neil, afirmou, também em post no X, que o caso é um lembrete do sério risco que os ataques cibernéticos representam atualmente. A DP World gerencia quase 40% do fluxo de mercadorias que entram e saem da Austrália.

Casos frequentes Na semana passada, o Industrial & Commercial Bank of China (ICBC), o maior banco do mundo em ativos, foi alvo de um ataque que impediu a compensação de algumas negociações com títulos do Tesouro dos Estados Unidos. E está não foi a primeira vez que os hackers têm como alvo portos.

Em julho, o maior porto do Japão foi atacado pelo mesmo grupo que estava por trás do ataque ao ICBC, o banco chinês. Há cerca de um mês, vários portos holandeses, incluindo os de Amsterdã e Groningen, enfrentaram ataques de negação de serviço distribuído, conhecidos como DDoS. Em 2021, a empresa portuária e ferroviária da África do Sul também foi atingida por uma investida cibernética.