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Ataques em escolas: dicas para identificar um ‘agressor ativo’ e como se proteger

Nos últimos anos, o termo “atirador ativo” tem sido amplamente utilizado para descrever casos de ataques em massa em que um ou mais agressores usam armas de fogo para causar danos a muitas pessoas. No entanto, em muitos casos, os agressores podem usar outros tipos de armas, como facas, machados ou veículos. Por esse motivo, especialistas têm proposto uma mudança de terminologia, sugerindo que o termo ‘Agressor Ativo’ possa ser mais apropriado e abrangente, pois pode ser usado para descrever qualquer situação em que um indivíduo atue agressivamente com a intenção de causar danos a outras pessoas, independentemente do tipo de arma ou tática usada.
 

Um exemplo recente foi o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na capital paulista, que terminou com uma professora morta e outros quatro feridos por golpes de facas. Felizmente o agressor, que tem 13 anos e era aluno do oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras e na sequência apreendido por policiais e levado para a delegacia.
 

Outro caso recente ocorreu em 2019, quando dois atiradores entraram na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, no interior de São Paulo, e mataram oito pessoas, incluindo seis alunos e dois funcionários da escola. Porém, um dos piores tiroteios em escolas já registrados no Brasil ocorreu em 2011, quando um atirador entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, e matou 12 alunos e feriu outros 22 antes de cometer suicídio. Além desses casos, outros incidentes envolvendo atiradores ativos ocorreram em diferentes partes do Brasil, como em shoppings, cinemas e igrejas. Esses eventos têm levantado preocupações sobre a segurança pública e o controle de armas no Brasil.
 

É importante lembrar que não há um perfil específico para um agressor ativo e, portanto, não é possível identificar essas pessoas com precisão. No entanto, há alguns sinais que podem indicar um comportamento preocupante ou um possível risco de violência, conforme exposto abaixo.

Comportamento violento ou agressivo: pessoas que têm um histórico de comportamento deste tipo, especialmente aquelas que ameaçam ou intimidam outras pessoas, devem ser monitoradas de perto.
 
Problemas mentais: esses indivíduos, especialmente os que não estão recebendo tratamento adequado, podem ser mais propensos a comportamentos violentos.
 
Isolamento social: pessoas que evitam o contato com outras pessoas ou têm dificuldades de relacionamento interpessoal podem estar passando por momentos difíceis e serem mais suscetíveis a comportamentos violentos.
 
Interesse em armas de fogo: pessoas que demonstram um interesse excessivo em armas de fogo, que as colecionam ou falam com frequência sobre o assunto, devem ser monitoradas de perto, especialmente se tiverem um histórico de violência ou instabilidade emocional.
 
Mudanças súbitas de comportamento: agitação, paranoia, ansiedade extrema ou depressão podem ser sinais de que algo está errado e pode exigir intervenção profissional.
É importante lembrar que esses sinais não garantem que uma pessoa se torne um agressor ativo, mas podem ajudar a identificar comportamentos preocupantes e prevenir possíveis situações de violência.
 

As autoridades brasileiras têm tomado medidas para tentar prevenir e responder a esses incidentes, incluindo a criação de protocolos de segurança em escolas e ações para controlar o acesso a armas de fogo.
 

A recomendação, em casos que envolvam a atuação de um agressor ativo, é agir rapidamente e procurar a saída mais próxima e não tentar pegar pertences ou ajudar outras pessoas, pois isso pode colocar vidas em perigo. Caso não seja possível fugir, a orientação é buscar um local seguro, bloquear a porta com um objeto pesado e desligar as luzes e os sons do celular a fim de permanecer o mais discreto possível.
 

Assim que estiver seguro, é importante ligar para a polícia e fornecer as informações sobre a situação, como a localização e a descrição física do agressor, além do tipo de arma que ele está usando e o número de vítimas, se possível.
 

Além disso, a segurança é a prioridade máxima em uma situação de ‘Agressor Ativo’, ou seja, o mais importante é preservar a vida. Por isso, não é recomendado, em hipótese alguma, entrar em um confronto com agressor ou tentar desarmá-lo. Em contrapartida, manter a calma e seguir as instruções da polícia assim que ela chegar, mantendo as mãos visíveis e evitando pegar qualquer objeto, são recomendações que tornarão as vítimas verdadeiros heróis de suas próprias vidas.
 

É importante notar que, embora as táticas de resposta para ataques com facas possam diferir das táticas para ataques com armas de fogo, as medidas de segurança e as precauções preventivas podem ser semelhantes. A detecção precoce de possíveis ameaças, a implementação de protocolos de segurança adequados, a conscientização e o treinamento do pessoal e o acesso controlado aos locais, públicos ou privados, são medidas importantes para prevenir e responder a qualquer tipo de ataque violento em locais públicos.
 

Paulo Musa é consultor master em Segurança Empresarial e Residencial da ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.

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