Presentes oficiais ao Estado brasileiro recebidos pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) foram extraviados no mesmo voo que o levou aos Estados Unidos no fim de dezembro de 2022, dias antes do fim do mandato. Bolsonaro embarcou para os EUA em 30 de dezembro, no Airbus 319 da Força Aérea Brasileira (FAB), acompanhado de diversos auxiliares.
As informações sobre os itens extraviados estão em trecho do inquérito da Polícia Federal (PF) a que o G1 obteve acesso.
“Como se vê, as investigações apontam que as esculturas foram evadidas do Brasil para os Estados Unidos da América, em uma mala transportada no avião presidencial, no dia 30/12/2022”, diz o material.
Tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Hugo Barreto/Metrópoles
Fardado, Mauro Cid chega para depor à CPI do 8:1 no Senado
O oficial já está preso há três meses Hugo Barreto/Metrópoles
Mauro Cid filma live ao vivo o Presidente Jair Bolsonaro chegam ao palácio Alvorada
Cid filma live de Bolsonaro Igo Estrela/Metrópoles
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Conversa de Mauro Cid em suposta comercialização de presentes recebidos no exterior CNN Brasil/Reprodução
Joias entregues por Bolsonaro à União
Joias entregues por Bolsonaro à União Divulgação/Defesa Bolsonaro
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Joias sauditas apreendidas no Aeroporto de Guarulhos com comitiva do presidente Jair Bolsonaro, em 2021 Reprodução
Joias entregues ao ex-presidente Jair Bolsonaro
Estojo entregue ao ex-presidente Bolsonaro contendo kit com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gol, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça Chopard Reprodução
Ainda segundo o inquérito, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid e o pai dele, o general Mauro Lourena Cid, levaram os bens a lojas especializadas para tentar avaliar e vender os itens.
Para isso, teriam contado com a ajuda de outros dois assessores de Bolsonaro: Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara.
A PF indica também que o dinheiro eventualmente obtido com essas vendas seria incorporado ao patrimônio do então presidente Jair Bolsonaro. De acordo com os investigadores, as vendas só não teriam sido concretizadas porque as esculturas tinham “baixo valor patrimonial”.
Os itens Estavam no avião, segundo a investigação, pelo menos dois conjuntos de joias e esculturas:
Um conjunto com duas esculturas de barco e palmeira, recebidas em novembro de 2021 na viagem de Bolsonaro ao Bahrein; e Um dos conjuntos de joias da Chopard recebidas por Bolsonaro como presente oficial da Arábia Saudita, composto por caneta, anel, abotoadeira, rosário árabe e relógio. O documento não deixa claro se o então presidente tinha conhecimento das malas.
Operação da PF Nesta sexta-feira (11/8), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Lucas 12:2, que investiga a venda de presentes oficiais dados ao Estado brasileiro pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o pai de Cid.
Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior.