Na corrida presidencial, Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, teve um bom desempenho no primeiro turno das eleições em 8 dos 10 municípios que mais desmataram na Amazônia em 2021, segundo o Observatório do Clima. Os dados da devastação foram divulgados pelo sistema Prodes, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Disputando o segundo turno das eleições com Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou em apenas dois municípios do bioma Amazônia com maiores índices de desmatamento no ano passado.
Na última eleição presidencial, em 2018, Bolsonaro havia liderado no primeiro turno, disputado contra o então candidato Fernando Haddad (PT), em sete municípios entre os que têm maior índice de desmatamento.
O presidente Bolsonaro ampliou sua vantagem em Novo Progresso, no Pará, município recordista em queimadas e desmatamento nos últimos quatro anos. Nas eleições de 2018, o então candidato obteve 72,7% dos votos, já neste ano atingiu 79,6%.
Bolsonaro também ampliou a vantagem nos municípios de Altamira, no Pará, de 54,3% em 2018 para 57,7% em 2022; em São Félix do Xingu (PA), de 52,7% para 63,1%, em Itaituba (PA), de 47,5% para 57,8%; em Apuí, no Amazonas, de 46,4% para 58,9%; e Colniza, em Mato Grosso, de 62,1% para 71,1%.
Segundo o Observatório do Clima, São Félix do Xingu tem o maior índice de rebanho bovino no Brasil. Além disso, é o município que mais emite gases de efeito estufa no país.
“Não é nenhuma surpresa que o cruzamento do mapa eleitoral com o do desmatamento mostre esse resultado. Criminosos ambientais na Amazônia e no resto do país nunca foram tão beneficiados e estimulados como no governo Bolsonaro, e votam nele por gratidão e por identificação com o que ele representa”, disse o secretário executivo do Observatório, Marcio Astrini.
O post Bolsonaro amplia vantagem nas cidades amazônicas que mais desmatam apareceu primeiro em Metrópoles.