O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar, na manhã desta segunda-feira (30/5), sobre o caso de Genivaldo de Jesus Santos que foi morto, asfixiado, por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe.
“Eu lamento o ocorrido. Há duas semanas, aproximadamente, com dois policiais rodoviários federais , que ao tentar tirar um elemento da pista, ele conseguiu sacar a arma de um deles e executou os dois. Então, [foi para] o campo isonômico. Vai ser seguido a lei e a gente lamenta o ocorrido nos dois fatos”, disse Bolsonaro.
No caso que o presidente menciona – e que também já havia citado assim que a morte de Genivaldo aconteceu, na semana passada -, dois agentes da PRF foram mortos na BR-116, em Fortaleza (CE). A diferença é que no primeiro episódio os policiais foram vítimas, e não autores do crime.
“Nos dois episódios a gente lamenta muito. Vamos investigar, de acordo com o órgão competente […]. Não podemos generalizar tudo o que acontece no nosso brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós. Nos momentos difícies são os primeiros a chegar […]”, disse o mandatário.
O chefe do Executivo federal ainda pediu respeito à dor do povo de Recife, já que a pergunta foi feita durante uma coletiva de imprensa, após um sobrevoo na região afetada pelo alto volume de chuvas. Ao todo, segundo informações mais recentes, pelo menos 85 pessoas já morreram.
“Vamos respeitar a dor de todo mundo, a dor desse momento que o povo de Pernambuco e Recife sofre, e volta tudo à normalidade rapidamente”, refletiu. “Lamentamos o ocorrido e vemos com seriedade. Fazer o devido processo legal para não cometermos injustiça e fazer, de fato, justiça”, completou.
Bolsonaro ainda acusou a imprensa de “ter um lado”, que segundo ele, é o “lado da bandidagem”. “Lamentavelmente, grande parte de vocês [jornalistas] sempre tomam as dores do outro lado”, afirmou.
“A Justiça vai decidir esse caso e, com toda certeza será feita a justiça. Todos nós queremos isso aí, sem exageros, e sempre pressão por parte da mídia, que sempre tem um lado, que é o lado da bandidagem”, enfatizou Bolsonaro.
Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que não comentará o caso, enquanto as investigações não forem encerradas.
“Em relação aos fatos ocorridos em Sergipe, os processos administrativos na PRF e no inquérito federal, no âmbito da Polícia Federal, foram instalados e a apuração já está acontecendo. Ela sairá o mais breve possível e enquanto não houver a finalização, não há o que falar. O que tinha que ser feito pelo estado, já foi feito. Agora é aguardar a finalização”, disse Torres.
O caso
Genivaldo foi abordado por agentes da PRF em Umbaúba, no litoral sul de Sergipe. Ele acabou preso por dois policiais rodoviários federais dentro de uma espécie de “câmara de gás” montada no porta-malas da viatura da PRF.
Em nota, a PRF afirmou que o homem teria “resistido ativamente” à abordagem. Os agentes, então, teriam utilizado “técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo” para conter a agressividade da vítima, que passou mal no caminho para a delegacia, segundo a corporação.
Veja as imagens do momento:
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