O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping assinaram uma declaração conjunta sobre o combate às mudanças climáticas nesta sexta-feira, 14, após reunião em Pequim. No texto, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, os mandatários apontam a responsabilidade dos países desenvolvidos pelas emissões de gases de efeito estufa e cobram que as nações assumam a liderança das ações climáticas e alcancem a neutralidade antes de 2050. “Fornecendo financiamento climático e respeitando o direito ao desenvolvimento e o espaço político dos países em desenvolvimento”, menciona a declaração. “O Brasil e a China enfatizam a necessidade de combinar uma ação urgente para o clima com a conservação da natureza para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo a erradicação da pobreza e da fome, sem deixar ninguém para trás”, diz outro trecho do texto.
Os países também se comprometem a “ampliar, aprofundar e diversificar a cooperação bilateral sobre o clima” e anunciam a criação de um subcomitê de meio ambiente e mudança climática sob o Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSBAN), para o compartilhamento de tecnologia e intercâmbio de conhecimentos. “Estamos determinados a fortalecer ainda mais o multilateralismo, inclusive com todos os nossos parceiros dentro do Grupo dos 77 e da China (G77+China), com vistas a um modelo de solidariedade climática que seja coletivo, que rejeite o unilateralismo e as barreiras comerciais verdes, e que esteja firmemente fundamentado em valores de solidariedade e cooperação em nossa comunidade internacional.”
“Continuamos muito preocupados com que o financiamento climático fornecido pelos países desenvolvidos continue a ficar aquém do compromisso de US$ 100 bilhões por ano, como tem acontecido todos os anos desde que a meta foi estabelecida em 2009, mesmo quando o montante real necessário ultrapassava de longe esse compromisso”, menciona a declaração conjunta, que cobra que os países desenvolvidos “honrarem suas obrigações”. A China também apoia no texto a candidatura do Brasil para sediar a COP30. “Pretendemos nos engajar de forma colaborativa no apoio à eliminação do desmatamento e da exploração madeireira ilegal global através da aplicação efetiva de suas respectivas leis de proibição de importações e exportações ilegais”, conclui.