O Brasil expressou nesta sexta-feira, 29, sua “preocupação” com as “demonstrações militares” na região do Essequibo e advertiu que estas são contrárias aos compromissos assumidos pelos governos da Venezuela e da Guiana em meados deste mês. “O governo brasileiro acompanha com preocupação os últimos desdobramentos do contencioso em torno da região de Essequibo”, afirma a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores em referência à nova escalada de tensões após a chegada de um navio de guerra britânico à Guiana. A Venezuela considerou este movimento uma “ameaça” e o presidente Nicolás Maduro ordenou uma “ação defensiva”, que inclui uma forte mobilização militar em frente à fronteira marítima com a ex-colônia inglesa.
O governo brasileiro lembrou nesta sexta-feira que, em um documento assinado naquele dia pela Guiana e pela Venezuela, ambos os países estabeleceram um compromisso sobre “não utilização da força ou da ameaça do uso da força, de respeito ao direito internacional e de comprometimento com a integração regional e a unidade da América Latina e o Caribe”. Neste quadro, a nota do Itamaraty sustenta que “demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas, a fim de que o processo de diálogo ora em curso possa produzir resultados”.
Venezuela e Guiana têm uma controvérsia secular sobre Essequibo, um território de quase 160 mil quilômetros quadrados rico em petróleo e outros minerais que é controlado pela Guiana. As tensões aumentaram depois de a Venezuela ter aprovado em 3 de dezembro, em um referendo não vinculativo, a anexação daquela região, cuja soberania está sendo analisada na Corte Internacional de Justiça. Após aceitar uma proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Maduro reuniu-se no dia 14 de dezembro com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, em São Vicente e Granadinas.
*Com informações da agêncoa EFE